Peter Jackson - Café com Filme

E a Vida Continua (1993) | Trailer oficial e sinopse

O filme retrata os primeiros anos da AIDS nos Estados Unidos, desde o início das mortes de homossexuais em São Francisco, de uma doença desconhecida e as controvérsias, batalhas políticas e disputas de egos por trás das pesquisas ue levaram a identiicação do vírus HIV

Verdade e Honra | Trailer oficial e sinopse

Conta uma história marcante, mas pouco conhecida da Guerra do Vietnã. O soldado William H. Pitsenbarger Jr., também conhecido como Pits, teve atuação marcante no conflito, mas levou 34 anos após sua morte para ser reconhecido pelo exército norte-americano, recebendo a mais alta honraria militar da nação.

Crítica do filme Homem-Aranha: Longe de Casa | Curtindo férias frustradas

"Homem-Aranha: Longe de Casa" é a conclusão da Saga Infinita e o que começou com o primeiro "Homem de Ferro", finalmente, se encerra. Pelo menos até a próxima fase, que promete ser ainda mais grandiosa que a anterior. Peter Parker (Tom Holland) e seus amigos estão em férias pela Europa, mas eles não vão conseguir descansar.

Peter terá que desvendar o mistério de criaturas que causam desastres naturais e destruições pelo continente, enquanto lida com a perda de seu grande mentor Tony Stark (Robert Downey Jr.). Ele contará com a ajuda de uma nova figura heróica apelidada pelos jornais de “Mysterio”, também conhecido como Quentin Beck (Jake Gyllenhaal).

Apresentando-se como um misterioso guerreiro de uma dimensão paralela muito parecida com a “nossa”, responsável por batalhar contra os Elementais, um grupo de monstros horríveis baseados nos quatro elementos. Beck conta que seu mundo foi dizimado por essas criaturas, mas foi capaz de escapar até outra dimensão a tempo de prevenir a catástrofe novamente. Vale mencionar que Jake Gyllenhaal eleva um personagem que usa um aquário na cabeça a um novo patamar, incrivelmente carismático e divertido com todas as suas particularidades.

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Nick Fury (Samuel L. Jackson) acredita na história do misterioso e simpático herói e resolve ajudar, visto que a Terra pode estar em grande perigo e tentar prevenir o fim do mundo faz parte do seu dia a dia. Para tal empreitada, ele convoca nosso garoto aracnídeo, que prefere passear com seus amigos na Europa do que salvar o mundo. Mas a SHIELD tem métodos bem eficazes de persuasão e Peter acaba aceitando a missão, indignado por nenhum outro Vingador estar disponível.

Seu amigo da vizinhança

Aliás, tudo isso se passa após os eventos de “Vingadores: Ultimato”. Ou seja, metade da população foi apagada e restaurada cinco anos depois, evento carinhosamente chamado de “Blip”, então universos paralelos parecem plausíveis após essa loucura toda. A primeira cena já vai cativar seu coração, servindo como homenagem para aqueles que já se foram e dando o tom humorístico esperado para um filme do Homem Aranha. As consequências do “Blip” são explicadas logo de cara, de forma descontraída mas sem parecerem bobas.

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Quando “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” foi lançado, comentou-se bastante sobre como o filme não era tão influenciado por outros filmes do gênero "heróis", mas principalmente de longas no estilo do diretor John Hughes, como “Clube dos Cinco” e “Curtindo a Vida Adoidado”. Distanciando-se das versões anteriores (principalmente a de Andrew Garfield), Peter era apenas um garoto tentando conciliar uma vida normal, indo para escola, morando com sua Tia May (Marisa Tomei) e talvez salvando a vizinhança com seus poderes de Aranha. Provavelmente a maior qualidade do diretor Jon Watts ainda seja seu trabalho com o elenco jovem e com o clima despojado de uma comédia adolescente.

Agora, depois de ir para o espaço, entrar para os Vingadores, enfrentar vilões com poderes imensos, sem contar os cinco anos que se passaram, é difícil voltar a uma vida pé no chão sem se preocupar com as futuras ameaças, principalmente sendo praticamente forçado a se tornar “o novo Homem de Ferro”.

Spiderman, Spiderman, does whatever a spider can

Eu tive que pensar durante um tempo e apesar de ter gostado MUITO do filme, alguns pontos me pareceram bem fracos ou forçados demais. Em “De Volta ao Lar” a direção de Jon Watts não parecia muito confiante nas cenas de ação, apesar de todo o excelente trabalho de Tom Holland, mas em “Longe de Casa” tudo parece mais ambicioso e bem encaixado, exceto se comparado ao “Aranhaverso”, uma comparação quase inevitável, apesar das mídias distintas. Apesar disso os efeitos visuais estão excelentes, e as cenas de ação evoluíram muito.

O que me incomodou realmente foram algumas soluções do roteiro propostas por Chris McKenna e Erik Sommers. Algumas são convenientes demais para serem críveis, mesmo se considerarmos o universo fantástico em que o longa se insere. Sem dar spoilers fica difícil explanar, mas um exemplo é após uma batalha especialmente difícil, Beck e Parker vão até um bar para beber.

Eles simplesmente tiram a máscara e conversam sobre “assuntos heróicos”, enquanto as pessoas ao seu redor não prestam a menor atenção a eles. O desenvolvimento da cena pode justificar a situação, mas é apenas uma das situações de que tudo é conveniente demais, assim como a utilização da tecnologia em momentos cruciais da trama.

Nos dias de hoje, as pessoas acreditam em qualquer coisa

Peter só quer curtir suas férias na Europa com seu amigo Ned (Jacob Batalon) e planeja se declarar para MJ (Zendaya), mas as circunstâncias forçam ele a ser muito mais Homem Aranha do que Peter Parker. Estando em um estado de negação e luto, ele torna-se suscetível a qualquer um que queira se aproveitar dessa vulnerabilidade emocional, um dos pontos chaves da trama. Enfim, prepare-se para grandes surpresas e desconfie de tudo.

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“Longe de Casa” é um filme sobre legados e o peso de nossas ações. Apesar de apresentar uma história mais contida e pessoal, a sensação de que o longa serve como mais uma peça no enorme quebra-cabeça do Universo Marvel é inevitável. Não que isso seja algo ruim, já que ainda podemos ver Peter Parker em uma excursão escolar pela Europa junto com seus amigos, se apaixonando, talvez indo para a faculdade?

Porém, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, e depois de ver as duas cenas pós-créditos o futuro é tão incerto que independente do rumo da próxima fase Marvel, estaremos lá. Você vai acreditar em tudo o que eu disse ou vai conferir com os próprios olhos?

12 Rounds | Trailer oficial e sinopse

Danny Fisher é um detetive da polícia de Nova Orleans que consegue prender Miles Jackson, um assaltante que roubou milhões de dólares. Depois da morte de sua namorada, Miles consegue fugir da prisão e busca por vingança. Ele cria um elaborado esquema contendo 12 tarefas quase impossíveis para que Danny terá que cumprir para salvar a vida da sua própria mulher.

Crítica do filme Máquinas Mortais | Seria melhor não existir um pós-apocalipse

Assim como a maioria dos filmes hoje em dia, “Máquinas Mortais” é baseado em uma série de livro para jovens adultos com potencial para virar uma franquia. O autor britânico Philip Reeve publicou em 2001 o primeiro dos quatro livros sobre um futuro distópico steampunk, chamando a atenção de Peter Jackson, que transportou essa aventura para as telonas como co-produtor e co-roteirista juntamente com Fran Walsh e Philippa Boyens. Christian Rivers, que já havia trabalhado anteriormente com Jackson como supervisor de efeitos visuais estreia na direção e faz um bom uso de todo seu conhecimento técnico.

“Máquinas Mortais” se passa após a “Guerra dos 60 Minutos”, que levou a humanidade até o limite, criando um mundo devastado e obrigando as metrópoles a saírem andando por aí para garantir a sobrevivência de seus habitantes. Logo na cena inicial vemos Londres devorar uma cidade Bavariana de mineradores, no novo sistema adotado chamado “Darwinismo municipal”, em que as grandes cidades “predatórias” se locomovem por aí devorando as menores, assimilando sua população e absorvendo seus recursos, além de buscar relíquias tecnológicas da era anterior, tipo torradeiras.

Em oposição às “Cidades Tração” ainda existem “Cidades Estáticas” recusando transformar-se em máquinas gigantes sobre rodas, a fim de preservar seus recursos. Porém, Londres é a mais gananciosa das cidades e busca soluções agressivas para atacar os anti-tracionistas e de certa forma “controlar o mundo”.

Revirando o lixo do passado para um futuro melhor

Conceitualmente tudo parece bem interessante, mas o filme é enredado numa teia confusa de personagens sem graça, que de alguma forma estão relacionados, o que complica a progressão da aventura até virar uma coisa monótona que dura mais de duas horas. Dificilmente você vai se importar com qualquer um dos personagens, mas não custa tentar.

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A protagonista é Hester Shaw (Hera Hilmar), uma andarilha que vive nas terras desoladas, fora das cidades. Ela busca vingar-se de Thaddeus Valentine (Hugo Weaving), um político engenheiro que matou sua mãe, e principal entusiasta das Cidades Tração. Quando Hester falha em assassiná-lo, ela é seguida por Tom Natsworthy (Robert Sheehan), um historiador devotado as ideais de Valentine, mas que logo percebe toda a verdade por trás de suas ideias e passa a acompanhar a garota com uma "cicatriz grotesca" no rosto.

Após alguns contratempos fora de Londres, eles encontram a líder do grupo anti-tracionista Anna Fang (Jihae), que desconfia que Valentine está construindo uma perigosa arma com tecnologia antiga. Para adicionar um tempero nessa sopa sem graça, um andróide zumbi conhecido com Shrike (Stephen Lang) persegue Hester e Tom, com uma motivação tão idiota que talvez fosse melhor permanecer misteriosa.

A falta de química entre o casal de protagonistas é gritante, além do roteiro fraco e atuações duvidosas. Hester é uma jovem criada na severidade de um mundo pós-apocalíptico, com uma vida baseada apenas na sobrevivência, mas mesmo assim ela acaba sempre em situação de “donzela em perigo”, sendo salva por um garoto criado em condomínio que não sabia nada além de procurar em pilhas de lixo por alguma coisa interessante do passado. Além disso tudo já ser forçado, eles têm uma relação amorosa, porque se tem um homem e uma mulher é isso que precisa acontecer, certo?

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Claro que trabalhar em cima de um universo pré-estabelecido é bastante desafiador, e mostrar tudo de uma forma coesa sem atravancar a história não é nada fácil. A personagem que mais adiciona emoção é Shrike, e olha que supostamente ele não deveria ter sentimentos, mas para ser justo, Anna Fang tem as melhores cenas e presença na trama, o que infelizmente não salva a coisa toda.

Um filme de época

A moda steampunk é legal, mas não é exatamente novidade. Visualmente o filme entrega cenas bem elaboradas, máquinas gigantes, veículos aéreos inventivos e até uma cidade flutuante belíssima, apesar de nada prática, tudo pelo bem da poesia visual. Tanto os cenários quanto os figurinos são deslumbrantes e há diversidade suficiente para que o mundo de “Máquinas Mortais” pareça rico e interessante. Porém, todo esse potencial é desperdiçado em uma trama superficial e personagens rasos.

“Máquinas Mortais” é conceitualmente interessante, mas acaba se perdendo entre uma direção fraca, roteiro ruim e atuações insípidas.

Não há necessidade de comparar o filme ao livro, mas os fãs mais ardorosos certamente vão se decepcionar. Desde a cicatriz horrenda que envergonha Hester até os personagens secundários que foram minimizados ao ponto de se tornarem meros figurantes, a adaptação falha em contar uma história interessante, soando muito mais clichê e datada do que seria aceitável. Se isso tudo não bastasse, há ainda uma cena envolvendo Minions, adorados nessa distopia como “deidades americanas”.

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Como entretenimento puro e simples, “Máquinas Mortais“ não chega a ser ofensivo. Se sua curiosidade foi despertada pelos conceitos apresentados, é um filme assistível. Porém, talvez não compense tanto assistí-lo no melhor cinema de sua cidade, já que talvez toda a maravilha visual empregada no filme não salte aos seus olhos com óculos 3D da forma que deveria.