Crítica do filme "A 100 Passos de um Sonho"
Comidas exóticas e superação
Lasse Hallström é o diretor dessa história gastronômica, e pra quem não lembra, ele também esteve na direção de “Chocolate”, com Juliette Binoche e Johnny Depp. O roteiro foi adaptado de um romance de Richard C. Morais, chamado de “A viagem de 100 passos”.
Podemos ver claramente a intenção de demonstrar como os imigrantes sofrem com o preconceito e todas as barreiras sociais e dificuldades que eles passam. Mas essa não é a questão principal do filme. “A 100 Passos de um Sonho” é sobre cozinheiros preparando comidas bonitas, exóticas e apetitosas.
O protagonista e narrador é o jovem cozinheiro Hassam (Manish Dayal), e ele conta como sua família foge da Índia para a França, e acabam parando por acaso no pequeno vilarejo em que se passa a história. Seu pai acaba se encantando por um restaurante abandonado e resolve comprá-lo. Acontece que do outro lado da rua, a 100 passos dali, existe um tradicional restaurante Francês, cujo público são pessoas da elite, incluindo políticos importantes. Quem comanda o lugar é Madame Mallory (Helen Mirren), e seu restaurante possui uma estrela de três do conceituado guia Michelin.
Obviamente ela não fica feliz com um bando de indianos barulhentos tentando concorrer com ela. Papa Kadam (Om Puri), pai de Hassam e dono do estabelecimento, acaba travando uma guerra particular com Madame Mallory. E no restaurante francês trabalha a também aspirante a chef Margueritte (a linda e carismática Charlotte Le Bon <3). Nem preciso dizer que é ela que faz Hassam se apaixonar pela culinária francesa e a superar diversas limitações para ser um chef completo, mas sem perder suais raízes.
“A 100 Passos de um Sonho” não é um filme profundo, mas é bem agradável de ser assistido. Tudo é muito colorido e bonito, e é inevitável ficar com fome enquanto vê os chefs preparando os pratos. Aliás, as cores são bem características e até meio óbvias, como cores quentes para o lado indiano e as mais frias para o lado francês, e que no decorrer do filme acabam se misturando.
Outro ponto interessante são as línguas faladas. Apesar de todo mundo falar inglês para facilitar, os idiomas hindi e francês estão bem presentes, sem medo de não serem entendidos apesar da ausência das legendas nesses momentos.
O filme foi produzido por Oprah Winfrey e Steven Spielberg, e é marcado pela superação das barreiras, apesar de contar apenas com pequenas doses de drama e romance. Pra quem quer assistir algo leve sem muita pretensão, essa é uma boa escolha.
Tempero da vida