Crítica do filme A Espiã que Sabia de Menos
Sucesso total nas piadas boas
Filmes de espionagem estão na moda há algumas décadas, mas são raros os que conseguem inovar. Aproveitando a onda dos agentes secretos, alguns títulos resolvem adotar o viés da comédia e escrachar os conceitos já desgastados dessas obras.
“A Espiã que Sabia de Menos” é mais um longa-metragem que embarca nessa ideia, mas resolve quebrar o gelo usando uma mulher como protagonista. Não é algo inédito, porém a fórmula recebe alguns diferencias e consegue fazer a plateia dar boas gargalhadas.
Na história, Melissa McCarthy é Susan Cooper, analista da CIA que é promovida a agente de uma missão importante para substituir seu parceiro, interpretado por Jude Law. Devido as suas atividades de escritório, sua chefe e todos da agência duvidam de suas capacidades para encarar os perigos do mundo real.
Para falar a verdade, o desenrolar dos fatos nem é tão importante para a trama, já que o filme aproveita cada situação apenas para fazer graça. Entretanto, mesmo sem deixar os acontecimentos tão explícitos, esta película de comédia consegue cumprir sua missão com sucesso: fazer piadas boas a qualquer custo.
Apesar de ser um título que se propõe a tirar sarro da parte de espionagem, o filme “A Espiã que Sabia de Menos” se dá muito bem com algumas sacadas simples que focam justamente no inusitado. Pois é, além de fugir da onda de heróis do sexo masculino, a obra adota uma personagem feminina que acaba surpreendendo com movimentos especiais e manobras surpreendentes.
O resultado fica ainda mais interessante, já que temos uma heroína gordinha que é capaz de lutar, correr e dar um show de golpes especiais contra os vilões fortões. Quem imaginaria que ela seria capaz de pular com as pernas no pescoço de um brutamonte e derrubá-lo?
Além dessas características de luta e espionagem, Melissa McCarthy se destaca ao deixar cada cena ainda mais engraçada. A atriz usa de todo seu gingado e diálogo marcante para intimidar os adversários. Até mesmo nas conversas com amigos, ela não deixa barato, falando na cara o que deve ser falado e usando palavrões para mostrar quem é que manda.
Os trajes bem comuns também ajudam muito a deixar as situações ainda mais hilárias. Com disfarces que vão desde uma personagem que adora gatos até uma atendente de telemarketing, o longa mostra como a vida de espião pode ser complicada. As tecnologias avançadas também se fazem presentes, mas aqui as armas especiais de Susan Cooper servem apenas para situações emergenciais.
É claro que o filme não é um monólogo, sendo que há um elenco de apoio competente para deixar as situações ainda mais engraçadas. O destaque fica para Jason Statham, que faz exatamente aquilo que esperamos: interpreta um agente extremamente habilidoso que tem uma infinidade de histórias radicais para contar.
O personagem de Statham teria vez na trama se este fosse um filme à la James Bond, mas as peripécias são tão impossíveis que, mesmo sem querer fazer piada, o ator consegue arrancar boas risadas da plateia. A participação de Jude Law, por outro lado, é um bocado modesta, sendo que ele é mais aproveitado nas cenas de ação.
Como era de se esperar, “A Espiã que Sabia de Menos” consegue mesclar bem a comédia com a ação, apostando em perseguições de carro, cenas de tiroteio e até mesmo passeios de helicóptero. Fugindo de cenas apelativas, o filme é altamente recomendado para quem quer rir muito e ainda se emocionar com uma história cheia de reviravoltas.
Ela tem licença para matar. De rir!