Crítica do filme A Mulher de Preto 2
A mesma história e poucos sustos
Há cerca de três anos, o filme “A Mulher de Preto” estrelado por Daniel Radcliffe (sim, o Harry Potter) chegava aos cinemas do Brasil, prometendo sessões com muitos gritos. O longa não foi tão assustador, mas, como muitos já esperavam, deixou oportunidade para uma continuação.
Dito e feito. Na próxima quinta-feira (29 de janeiro), “A Mulher de Preto 2: O Anjo da Morte” estreia por aqui. Este novo título de terror não tem ligação direta com o roteiro do primeiro filme, mas traz alguns elementos que garantem a conexão com a assombração apresentada anteriormente.
No novo filme, somos lançados no mesmo cenário de terror (a Mansão do Pântano) durante a Segunda Guerra Mundial, quando um grupo de crianças órfãs é evacuado para lá, na tentativa de manter os pequeninos em segurança. Elas estão sob os cuidados de Eve (Phoebe Fox), a jovem e bela professora da escola.
Acontece que estranhos eventos estão deixando as crianças estranhas e, logo, Eve e Harry (um jovem comandante militar local, que é interpretado por Jeremy Irvine) descobrem que o grupo acordou uma força ainda mais vil do que a guerra. A premissa tem potencial, mas será que o resultado ficou bom? Vamos falar mais sobre o filme.
Assim como o primeiro filme, a película “A Mulher de Preto 2 - O Anjo da Morte” é baseada na obra de Susan Hill. Essa informação é importante para sabermos que os roteiristas não colocaram ideias aleatórias no novo longa. Bom, é preciso ressaltar primeiro que, apesar de não ser uma continuação direta, esta continuação traz os mesmos cenários — recheados de névoa e com pouquíssima luz —, personagens e elementos que garantem o clima de suspense.
A construção da história se dá de forma inteligente até boa parte da trama e o roteiro consegue chamar a atenção do público — inclusive com a própria Mulher de Preto que é bem sinistra. Há muitas cenas que não têm relação com a história principal, mas elas servem para ampliar a tensão. Ponto para o diretor e sua equipe que trabalharam direitinho nesse aspecto.
Vale também elogios à trilha sonora, à maquiagem e ao figurino que criaram um ar de mistério que vai deixando o filme mais tenebroso e mostrando os perigos da verdadeira entidade do mal. Até a metade do filme, a história consegue manter a linha do que vimos no título com Daniel Radcliffe, mas depois a qualidade cai muito.
Não demora muito até que o roteiro cai na mesmice, repetindo a história que já vimos no primeiro filme. A parte boa é que qualquer um pode entender o novo filme, mas muita gente vai ficar de saco cheio ao ver a história duas vezes. O problema mesmo é que a história acaba se perdendo em alguns pontos e chega a se contradizer. A conclusão da trama é possivelmente o que vai deixar muita gente ainda irritada.
Essas falhas não são totalmente prejudiciais, mas um pouco mais de esmero poderia ter deixado o filme muito mais interessante. Ocorre que esta obra de terror ainda falha em sua principal missão: ele não consegue aterrorizar. Os sustos são muito fracos, há cenas previsíveis e o elenco nem sempre ajuda. Moral da história: a continuação “Anjo da Morte” ficou mais fraca do que a introdução e quem é fã do gênero não vai encontrar aqui um grande terror.
Ela retornou com mais sede de vingança