Crítica do filme A Travessia
A loucura de uns é o sonho de outros
Acrofobia - Medo de Altura. Ok, então você sofre com altitude, mas isso não deveria te impedir de conferir "A Travessia" (The Walk) do diretor Robert Zemeckis.
Talvez você não reconheça essa persona tão rapidamente, mas certamente lembrará de títulos como a Trilogia "De Volta para o Futuro", "Forrest Gump" e "Náufrago". E é essa mente que te convidará a se equilibrar no mundo de Phillippe Petit (Joseph Gordon - Levitt); e o mais bacana dessa história?
Ela é autêntica. Sim, aconteceu de verdade.
Em 1974, o World Trade Center, até então considerado o maior complexo de prédios do mundo, com 110 andares em cada torre, tornou-se ambição do jovem equilibrista francês. Amarrar um cabo de aço entre os dois edificios e atravessar cerca de 43 metros de distância a 400 metros do solo. Este era o sonho dele.
Encorporando Phillippe, temos Levitt, que surpreende com seu francês fluente (oui) e sua atuação. Afinal,Petit é totalmente obcecado pelo que faz e não é tarefa fácil interpretar toda essa intensidade, ainda mais quando é biográfico. O elenco é marcado de bons atores. Dando uma pesquisada, notei que muito deles eram de diferentes nacionalidades, o que dá um aspecto de multiculturalidade para o filme.
Vamos à parte divertida. Se você não é fã de 3D, esse filme talvez não seja a melhor pedida, pois é um filme pensado nisso. Você se surpreenderá com o número de cenas que se aproximam na tela, ou até mesmo as cenas que desdobram a perspectiva do cenário (vertigem pura). A narrativa é contada diretamente para o espectador, sendo a primeira ligação que nos aproxima da história.
Zemeckis é conhecido pelos efeitos especiais, e algum efeito ou outro pode acabar parecendo "falso" demais na produção, mas cumpre com os demais elementos artísticos que sensibilizam e marcam o enredo. A sacada do diretor é justamente nos transportar para fazer parte da aventura, prender a respiração. Quase como se quisesse que percorressemos a corda juntos.
Um dos aspectos que que achei mais bacana, foi a trilha sonora incorporar adaptações de músicas do inglês para o francês, como são alguns clássicos, mesmo em francês é possível reconhecer algumas delas.
A fotografia não me desapontou, valeu muito a pena ter acompanhado no IMAX para maximizar as sensações que ele proporciona, porque traz uma dinâmica um pouco diferente da que estamos acostumados na maioria dos filmes em 3D. Apenas, não perca a "A Travessia"!
Confira o trailer deste filme dirigido por Robert Zemeckis