Crítica do filme Amazônia
É, é para crianças, caras...
No próximo dia 26, o filme “Amazônia” chega aos cinemas brasileiros. Se você acompanha as notícias sobre cinema, já deve saber a produção mostra as aventuras de um pequeno macaquinho chamado Castanha. Ele vivia no Rio de Janeiro, mas é vendido para um circo e acaba abandonado na Floresta Amazônica quando o avião em que estava acaba caindo.
Logo de início, “Amazônia” mostra uma qualidade indiscutível, que é a beleza de suas imagens. Todas as cenas – e não há uma única exceção – são lindas de serem assistidas, sem tremidas, sem embaçados, com muitas cores vivas, closes, câmera lenta e filmagens de diferentes ângulos. Ou seja: é um show para os olhos.
Dessa maneira, você vai se encantar com as árvores enormes e antigas, assim como também vai acontecer com todos os animais e insetos mostrados. A Amazônia é realmente um lugar intenso e bem interessante, sendo que ela merece ser mostrada com toda a qualidade de imagem do filme. Os responsáveis pelo projeto estão de parabéns por esse detalhe!
A parte ruim de “Amazônia” é o simples fato de que ele não tem uma história que atrai o expectador e faz com que ele pergunte o que vai acontecer em seguida. No começo, você pensa que o enredo vai mostra a aventura de um macaco que se salva de um acidente de avião e volta para a sua dona no Rio de Janeiro, mas isso não acontece.
Depois disso, você começa a achar que essa é a história de como Castanha vai conseguir aprender tudo sobre a floresta, contando para você e todos os presentes no cinema quais são aquelas raças de animais, quais são as plantas que podem ser comidas, quais os perigos e os benefícios da floresta. No entanto, isso também não acontece.
Em um terceiro momento, você começa a imaginar que este é um romance de um macaco urbano com uma fêmea selvagem, que ele vai salvar o bando da sua amada e entrar gloriosamente para esta família peluda. No fim das contas, não é exatamente isso que acontece – só não explico melhor para não contar a você o final de toda a produção.
Desse modo, você passa cerca de 1h30 sem saber direito o que está acontecendo. No fim das contas, é praticamente uma apresentação gigante de slides lindos sobre a Floresta Amazônica, algo que não deve ser visto em uma sala de cinema.
Apesar desse defeito bem grave de história, não posso ser injusto com “Amazônia”. A dublagem de Lúcio Mauro Filho é realmente boa, assim como os momentos em que Isabelle Drummond participa. Acontece que toda a produção é voltada para crianças pequenas, mas as realmente pequenas, entende?
Se você tem um filho, um irmão ou um sobrinho de até 10 anos, ele certamente vai se encantar com as imagens bonitas pra cacete, não vai se importar com os problemas de história e ainda vai querer saber o que acontece com o macaquinho gente fina que aparece na tela grandona. Agora, se ele já tiver passado da quarta ou quinta série, é bem provável que ele fique entediado depois de uns vinte minutos.
Levando em consideração tudo isso, “Amazônia” é um ótimo filme para fazer uma média com os pequenos e também para ajuda-los a se interessar pela natureza e ensiná-los que é importante preservá-la - e isso é realmente necessário.