Crítica do filme Creed: Nascido Para Lutar
Bom, bom de verdade!
Antes de começar esta crítica, sou obrigado a dizer que gosto muito dos filmes de Rocky Balboa – e também sou um admirador do boxe. Dessa maneira, quando começaram os rumores sobre “Creed: Nascido Para Lutar”, fiquei entusiasmado e cheio de expectativas, algo que costuma estragar muitos filmes que assisto.
Contudo, não foi este o caso da sequência da história de Balboa. Mesmo sem explicar os motivos, adianto que essa produção vale a sua ida ao cinema - dá para levar até mesmo as crianças (veja a classificação indicativa), a namorada ou se divertir sozinho. É um filme realmente bom!
Ficou curioso? Então, eu explico meus porquês.
Dar continuidade a uma história tão cheia de sucessos quanto a de Rocky é algo realmente grande. Deve pressionar de roteiristas a atores e produtores, mas o personagem Creed faz isso com sucesso. Em primeiro lugar, há muito respeito pelos primeiros filmes, contando o desfecho dos personagens antigos e mostrando o quão grande Rocky, Creed pai e outros lutadores foram.
Você realmente entende que tudo começou há décadas e essa é uma continuação. Que muita gente lutou, que muitos lutadores foram bons e marcantes. O novo filme respeita isso e essa característica é muito boa de se ver. Além disso, Creed é o Rocky Balboa que 2016 merece – e é capaz de aceitar.
Isso porque, ao contrário do personagem de Stallone, que só tinha a luta para viver e era até um cara meio burro antes da vida deslanchar, o papel de B. Jordan é versátil, é inteligente e teria como viver de outra forma. Mas ele escolheu lutar. Escolheu lutar por honra e respeito, assim como Balboa também o fez.
Dessa maneira, Creed é diferente e moderno, só que mantendo aquele cerne sangue no olho e murro na cara. Ele tem um potencial enorme para conquistas fãs jovens ou aqueles que nem mesmo gostam de Balboa.
Os filmes focados em Balboa sempre contiveram uma característica forte: a amizade e a família unindo-se com a vontade de lutar boxe. Isso continua acontecendo em Creed, sendo que a relação dele com Balboa é muito bem desenvolvida, gerando proximidade com o público e dando um toque fraternal muito bacana a toda a produção.
Por essa relação ser tão desenvolvida pelo roteiro, a dupla Balboa-Creed gera várias cenas divertidas que são um alívio cômico não visto na franquia até então. Você dá risada em vários momentos do filme e se interessa por ver mais desse aprendizado do novo lutador com o antigo campeão mundial de boxe.
Com o novo personagem principal carismático, a relação instigante de aluno e professor e uma ótima passagem de bastão, temos ainda mais qualidades. A atuação de personagens secundários é muito boa (assim como o papel deles) e o roteiro é bem escrito – o principal motivo é o drama gradual (indo do humor à problemática) e as pontas da história sendo fechadas até o fim do filme (você não fica com dúvidas ou sem entender as coisas).
A produção também é muito bonita, com cenários interessantes e bem detalhados, um bom jogo de luzes e tudo aquilo que se espera de Hollywood. No entanto, o jogo de câmera usado nas lutas me impressionou bastante. Há cenas em que você se mistura entre os personagens, entra junto no ringue e acaba fazendo parte daquela turma de lutadores.
Em outros momentos, a câmera transita entre lutadores, você desvia e deslancha socos, aproveitando de uma dinâmica bem diferente dos filmes prévios de Rocky Balboa. E tudo isso em plano sequência – ou seja, fica bonito de verdade!
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Tendo dito isso tudo, espero que vocês sintam vontade de ir ao cinema assistir a esse novo filme, que é o legado de Balboa e o início da era Creed. Vale a pena, sério! Por fim, também apostos minhas fichas no espaço deixado para essa história evoluir, fornecendo um futuro bacana para o boxe no cinema.
Rocky Balboa agora é um treinador responsa em "Creed"