Crítica do filme Looney Tunes - O Dia Que A Terra Explodiu

Voltando às loucas origens e entregando diversão para todos

por
Fábio Jordan

23 de Abril de 2025
Fonte da imagem: Divulgação/Paris Filmes
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Looney Tunes - O Dia Que A Terra Explodiu é uma explosão (com o perdão do trocadilho) de nostalgia e irreverência que acerta em cheio na proposta: resgatar o humor anárquico que tornou os personagens da Warner Bros. tão icônicos. Gaguinho e Patolino, que já dividem as telinhas desde a década de 1930 — mais antigos até que o próprio Pernalonga —, ganham aqui uma improvável, mas divertida, história de origem.

Essa ideia, ainda que não precise ser encarada como definitiva (afinal, Looney Tunes sempre brincou com linhas do tempo e realidades), é criativa e oferece um novo olhar sobre uma das duplas mais carismáticas da animação. Mesmo com toda essa ousadia, alguns fãs podem sentir falta de um ingrediente essencial: Pernalonga. Sua ausência é sentida, especialmente por aqueles que o veem como o grande símbolo dos Looney Tunes.

Ainda assim, o filme se sustenta com maestria, graças ao carisma inegável de Gaguinho e às loucuras audaciosas de Patolino, bem como ao roteiro que sabe explorar tanto o absurdo quanto temas surpreendentemente maduros, como mercado de trabalho, vida adulta e laços afetivos. Tudo, é claro, com o humor característico da franquia.

Desenho, Doideira e Nostalgia

Visualmente, o filme aposta no tradicional e acerta. Nada de versões 3D aqui: o desenho é no bom e velho estilo cartunesco, com um colorido vibrante e perspectivas ousadas que, vez ou outra, até sugerem uma leve tridimensionalidade — sem abandonar o charme dos traços clássicos.

A estética de Looney Tunes - O Dia Que A Terra Explodiu carrega exageros visuais que se alinham perfeitamente ao espírito dos Looney Tunes, como cenas com ângulos esticados, explosões sem sentido e reações absurdamente físicas que só funcionam mesmo dentro desse universo animado.

looneytunesodiaqueaterraexplodiu01 283f2Fonte: Divulgação/Warner Bros.

O humor é um dos pontos altos. Cheio de referências contemporâneas, o roteiro zomba de tudo: desde o excesso de "produtos genéricos sem alma" no mercado até a cultura de influenciadores digitais. Mas o que realmente brilha são os diálogos afiados entre os protagonistas. A dinâmica entre o sensato Gaguinho e o caótico Patolino continua funcionando perfeitamente, e a dublagem brasileira — com as vozes já consagradas — faz essa química saltar da tela.

Este filme é um verdadeiro estouro!

A trilha sonora, como sempre, é outro destaque. Ela acompanha as cenas com precisão cirúrgica, fazendo os momentos de tensão parecerem mais absurdos e os momentos de comédia, ainda mais hilários. O ritmo do filme é bem acertado: com pouco mais de uma hora e vinte minutos, ele entrega o que promete sem se alongar demais, deixando aquele gostinho de "quero mais" no final.

Para quem cresceu vendo Looney Tunes ou simplesmente quer uma comédia leve e criativa, este é um prato cheio. É o tipo de filme ideal para se ver no cinema com pipoquinha ou em casa tomando um Nescauzinho. Ele não tenta reinventar a roda, mas reafirma o que torna os Looney Tunes tão especiais: o humor sem amarras, o absurdo bem dosado e personagens que já fazem parte da história da animação mundial.

looneytunesodiaqueaterraexplodiu02 53e85Fonte: Divulgação/Warner Bros.

Looney Tunes - O Dia Que A Terra Explodiu é, acima de tudo, uma carta de amor aos fãs. Talvez não seja o mais memorável de todos os tempos, mas é, sem dúvidas, um dos mais afetuosos. E nos dias de hoje, isso já vale muito. Quem sabe, seja também um novo pontapé para a Warner Bros. bolar mais ideias de filmes isolados com outros personagens ou até cruzando com essa histórias. Vamos ver o que vem por aí, não dá para saber ainda!

E por hoje é... só só só... pe-pe-pessoal!

Fonte das imagens: Divulgação/Paris Filmes