Crítica do filme Loucas pra Casar

Cerimônia barata com boas piadas

por
Fábio Jordan

08 de Janeiro de 2015
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Subir ao altar é o sonho de muitas mulheres, inclusive de Malu (Ingrid Guimarães), Lúcia (Suzana Pires) e Maria (Tatá Werneck), as três personagens principais da nova comédia brasileira intitulada “Loucas pra Casar”.

Assim como outras tantas mulheres, elas já passaram por várias desilusões, mas, no fim, acabaram encontrando seu par ideal. Entretanto, como todo filme de confusão do gênero, algo tem que dar errado. Pois é, elas tiveram o azar de se apaixonar e namorar com o mesmo cara: Samuel (Márcio Garcia).

A premissa básica, como você pode imaginar, não é o que existe de mais inovador, já que este não é o primeiro filme que apela para homens mulherengos (é só lembrar que já vimos coisa parecida em "Mulheres ao Ataque"). Isso, contudo, não quer dizer que o filme não possa entreter.

É importante avisar de antemão que, apesar de apostar em uma ideia já batida, o filme brasileiro consegue surpreender e arrancar algumas boas risadas do público. Cada atriz colabora de uma maneira para o desenvolvimento da trama e o resultado — pelo menos na questão da história — ficou melhor do que eu esperava.

Boas sacadas

O roteiro de Marcelo Saback e Julia Spadaccini se desenvolve de forma diversificada, contando a história em uma ordem que nem sempre obedece a cronologia padrão. O filme começa com uma cena inusitada, pula para outros fatos, mas aos poucos tudo vai se encaixando.

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As protagonistas entram na trama de modo inteligente, garantindo que o filme tenha fôlego até que todas as confusões se desenrolem. O melhor é ver que o script consegue contar desde a história clássica de paixonite aguda até os momentos derradeiros sem cair no cansaço. Parte do mérito se deve aos personagens secundários, que ajudam muito tanto na parte do humor quanto no desenvolvimento da trama.

As personagens têm suas respectivas viagens na maionese e deixam a película bem divertida — com destaque para Tatá Werneck, que felizmente utiliza seu humor livremente e consegue deixar o filme ainda mais engraçado. As cenas são bem programadas para deixar o público na dúvida sobre o que é real e o que é sonho, algo totalmente válido para evitar a previsibilidade.

Um casamento de baixo orçamento

Ainda que consiga arrancar gargalhadas, “Loucas pra Casar” sofre de um pequeno probleminha: há muitas repetições de ideias e situações. Algumas convém para desenvolver a história, mas o filme poderia ser menos enrolado, principalmente no que diz respeito aos momentos finais.

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O pior mesmo é a parte sonora da película. A começar pela trilha sonora que sofre de um probleminha de repetição. Aparentemente, por limitações financeiras, a produção adquiriu o direito de poucas músicas e reaproveitou as canções várias vezes. Você vai cansar de tanto ouvir a música “Happy” de Pharell Willians em diversos trechos.

Ainda falando em som, há algumas cenas em que vemos claramente a dublagem sendo aplicada (possivelmente por problemas com a captação do som ambiente) sobre a imagem. O problema mesmo é que as vozes não encaixam com o movimento dos lábios. Dá uma sensação bem ruim e não custava muito regravar.

A economia também é notável em algumas cenas em que vemos claramente o chroma key sendo explorada de forma absurda. É nítida a diferença do plano dos atores para os cenários que claramente são estáticos e bem irreais.

Mesmo com tais problemas, o que importa é a gargalhada, que o filme tira de letra em várias situações. “Loucas pra Casar” não é um filme para se partir de dar risada e acho muito difícil que esta seja a comédia do ano (mesmo que 2015 esteja no começo, o filme não tem toda essa moral), porém é um programa válido para curtir com amigos.

Fonte das imagens: Divulgação/

Loucas pra Casar

"No dia do seu casamento, na igreja eu vou entrar correndo"

Diretor: Roberto Santucci
Duração: 100 min
Estreia: 8 / jan / 2015