Crítica do filme No Mundo da Lua

Animação com o pé no chão

por
Fábio Jordan

18 de Abril de 2016
Fonte da imagem: Divulgação/Telecinco
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Em um mundo com Pixar e Dreamworks atraindo as emoções para as telonas com animações no nível de Divertida Mente, o trabalho de estúdios menores fica cada vez mais complexo para chamar a atenção das crianças.

Neste cenário complexo, a Telecinco junto com alguns outros estúdios já conseguiu ter sucesso nos cinemas com a animação “As Aventuras de Tadeo”. Agora, a mesma equipe tenta a sorte mais uma vez com a chegada de “No Mundo da Lua”.

Neste filme, acompanhamos a história do garotinho Michael, um jovem aventureiro que faz parte de uma família de astronautas. Dividido entre as aventuras, os problemas familiares e seus sonhos, o jovem embarca com seus amigos em uma missão para tentar recuperar a primeira bandeira colocada em solo lunar em meados de 1969.

O que já parece impossível para uma criança fica ainda mais complexo quando um bilionário lunático entra na história tentando colonizar a Lua para extrair recursos naturais. Com muito bom humor, esta animação espanhola vem para mostrar que as crianças sempre devem lutar pela união da família e por seus sonhos, mas será que ela tem algo de extraordinário para mostrar?

História pouco criativa

Conforme já comentei no começo do texto, a Pixar e Dreamworks elevaram muito o patamar na qualidade das animações. Não se trata apenas de capricho no visual, mas sim de roteiros inéditos que além de apresentarem boas sacadas no fator diversão conseguem emocionar a plateia e apresentar bonitas lições de vida, algo que mexe até mesmo com adultos.

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As animações da Telecinco ainda não chegaram nesse nível, algo que percebemos claramente em “No Mundo da Lua”, quando a história opta por cenas bem simples (às vezes até desconexas), piadas já manjadas (ou até mesmo que não conseguem arrancar muitas gargalhadas) e um desenvolvimento previsível.

Isto é um problema grave? De maneira alguma. O filme se desenvolve bem e conta sua história de forma inteligível, mas só fica a sensação de que faltou algumas sacadas para divertir mais e surpreender a plateia – principalmente o público adulto, que não vai ver muita graça aqui.

Eu já vi essas carinhas

Os personagens de “No Mundo da Lua” são bem simples, tanto em questão artística quanto no quesito desenvolvimento de personalidade. Alguns apresentam traços claramente puxados de animações já conhecidas, outros não conseguem emocionar ou mexer com a plateia.

No fim, fica a impressão de que os criadores não souberam desenvolver os personagens de uma forma atraente e acabaram optando por usar algumas inspirações para atrair a simpatia do público. O resultado não é de todo ruim, mas fica a sensação de que a produção opta pela forma mais segura de abordagem do que por abraçar características que garantam inovação.

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Ainda bem que, no meio de tantas apostas seguras, aparecem alguns personagens diferentes, como é o caso do lagarto Igor que rouba as cenas com seus aparatos tecnológicos e sem precisar esboçar uma única fala. O bichinho tem expressões  muito engraçadas e certamente foi um dos acertos.

Moral da história: “No Mundo da Lua” até tenta decolar e levar o público a uma jornada ao infinito, mas o roteiro simples não sai do chão e não vai ser atraente para adultos. É uma boa pedida para crianças na faixa etária dos 7 aos 11 anos, mas não dá pra dizer que é algo indispensável. Não é de ficar surpreso que o filme chegue logo ao Netflix.

Fonte das imagens: Divulgação/Telecinco

No Mundo Da Lua

Fincando a bandeira!

Diretor: Enrique Gato
Duração: 94 min
Estreia: 21 / abr / 2016