Crítica do filme Transformers: A Era da Extinção
Pessoas fortes salvam o dia
Depois de uma longa trilogia cinematográfica, normalmente estamos meio cansados de uma mesma temática. Com exceção de algumas franquias monstruosas, tipo Star Wars ou Star Trek, é realmente muito difícil encontrarmos muitos exemplos de trabalhos que sobrepujam a terceira parte.
Isto posto, começamos a encarar o quarto episódio das aventuras de Optimus Prime e de seus Autobots, no longa “Transformers: A Era da Extinção”.
A trama do filme se passa em um futuro próximo ao término da terceira parte da trilogia anterior, quando as criaturas robóticas e os humanos firmaram uma aliança mutualística de auxílio e proteção, permitindo que os seres de metal se alojassem em nosso planeta natal — desde que sob a tutela de Prime.
Com algum tempo passado desde esses eventos, os humanos se viram contra os robôs (ainda que associados a outras criaturas metálicas) e acabam infligindo uma poderosa guerra com os Autobots, culminando no desaparecimento de Optimus.
E daqui para frente tudo se desenrola no melhor (ou pior) estilo Michael Bay de produzir filmes: com muitas, mas muitas coisas explodindo! Já que entramos nesse ponto, vamos direto ao que você deve estar pensando: por mais que não pareça ser possível, o filme tem um enredo bem interessante. Em termos de andamento, vamos dizer que a história começa fria e vai amornando — uma vez que é preciso esclarecer aos espectadores sobre as mudanças desde o último filme.
Passada essa longa introdução, a ação começa bem, mas logo se torna tão desenfreada que acaba criando uma “barriga” no andamento do enredo — que são aqueles momentos que você sente que tudo está meio chato e que pouca coisa relevante acontece.
E para a alegria de quem ficar até o final do filme no cinema (ou em sua poltrona em casa posteriormente), o filme termina incrivelmente bem (mesmo com quase três horas de duração).
Em termos de interpretação, Mark Wahlberg deixa bem claro que está em um patamar totalmente superior do que a grande maioria de seus colegas de cena, principalmente daqueles que compõem seu núcleo de protagonismo.
Mas o que realmente incomoda é a potência com a qual os humanos agem durante o desenrolar dos eventos. Sem brincadeira, o pessoal da Terra parece tão forte quanto os Transformers, além de usar os armamentos alienígenas de maneira magistral.
Os efeitos sonoros do filme são muito bem equilibrados e não repetem simplesmente o que já foi feito anteriormente. A mágica das transformações enche os olhos, principalmente quando rolam as cenas que os robôs “mais sintéticos do que os outros” demonstram as capacidades do elemento transfórmio (de se modificar entre formas por um grande deslocamento atômico — sensacional!).
Outra característica que deixa a trama realmente incômoda é o fato de absolutamente tudo o que pode ser feito de forma caricata, segue exatamente essa premissa. Em outras palavras, cada personagem existente na história é uma união de características simples e óbvias, formando um conjunto genérico da pior forma possível.
Sério mesmo, todo mundo segue à risca os absurdos de ser caipira, de ser gostosona louca por mecânica ou um piloto de corpo perfeito e que pega a mocinha da história (sem o pai dela saber). E o pior é que tudo isso é colocado lado a lado de um jeito que chega a irritar por mais de uma vez.
Enfim, ao assistir a “Transformers: A Era da Extinção”, você passará por três fases. A primeira delas é interesse nas novidades; a segunda é uma perda de interesse súbita; e (caso você tenha assistido os filmes anteriores) a impressão de que a primeira parte da nova trilogia foi melhor que o trio anterior inteiro. Mas isso não significa que o filme seja bom. Digamos que ele é no máximo “legal”.