Crítica do filme Wolverine: Imortal
Um filme que tem "garra"
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Watashi wa Wolverine desu
Wolverine: Imortal (The Wolverine; ou Wolverine: Samurai, na versão japonesa) tinha a fácil missão de superar o seu antecessor de 2009, X-Men Origens: Wolverine, e consegue, sem problema algum. É um filme que tem "garras"! [Tu dum tss]. Porém, essa afirmação não significa que o novo filme do mutante é espetacular.
A questão é que, a primeira aventura solo de Logan nos cinemas foi tão ruim, mas tão ruim, que jogou os patamares de avaliação de sua sequêcia lá pra baixo. Logo, é fácil elogiar sua continuação. Mas se é para elogiar, vamos elogiar as partes positivas, as quais a película acerta em cheio.
Primeiramente, para ser sincero, sou suspeito a criticar o filme por ser fã da cultura japonesa. Tudo que envolve samurais, ninjas, katanas, shurikens, sushi e dragon ball, eu curto e tô dentro. Quando soube que o próximo filme seria baseado em “Eu, Wolverine”, a HQ dos escritores Chris Claremont e Frank Miller, que conta a jornada do mutante até o Japão, meus olhos brilharam *_*. Sim, a adaptação utiliza-se de vários elementos do quadrinho, porém foge muitas questões centrais da trama, as quais fazem uma baita diferença.
Hugh Jackman (em sua 6ª atuação no papel), desta vez, é convidado a ir até o país do sol nascente para receber um agradecimento especial de um velinho, o qual salvou na época da II Guerra Mundial. O velho, Ichirõ Yashida, se tornou um dos empresários mais ricos de toda a Ásia, e quer retribuir Logan dando o dom a mortalidade. A partir disso, altas confusões rolam em solo nipônico.
Como explicado, em entrevista, pelo roteirista da HQ, Chris Claremont, o filme se desenvolve bem ao longo dos seus primeiros dois atos. Wolverine, bolado pelos acontecimentos de X-Men 3, está naquela de forever alone na floresta, lutando contra seus demônios internos. Ao desembarcar no Japão, com sua guarda-costas Yukio [uma das personagens mais legais do longa], se envolve em um conflito da família Yashida, e, de leva, com tretas com a Yakuza.
Somado a isso, é criado toda uma ligação entre Logan e a neta de Yashida, a bela Mariko <3, que dá aquele toque romântico esperto. As cenas de ação são bem produzidas, com direito a briga no metro, coisa que nunca decepciona [vide Homem Aranha 2]. Isso, mais um batalhão de ninjas das sombras [outra fórmula tiro certo] deixa Wolverine: Imortal um filme digno. Pelo menos até o terceiro ato.
O final, aquele momento que o pau vai comer solto, é muito sem noção. Se você assistiu ao trailer, sabe quem vai ser o final boss: um robô samurai de três metros de altura feito de adamantium. Por que? POR QUE???
Wolverine: Imortal, do diretor James Mangold (Johnny & June; Garota, interrompida; Os indomáveis) tenta trabalhar com os conceitos de velho e novo, tradição e inovação, mitológico e tecnológico. Ele acerta em muitos momentos, como em uma bela cena na qual Logan e Mariko vão comer, e o baixinho parrudo finca os hashis na comida, recebendo um belo puxão de orelha da moça, ou nas horas em que remetem os acontecimentos às lendas regionalistas, sendo o próprio Wolverine uma delas. Para mim, o filme ganha nesse aspecto. Ganha…
Ah, estávamos no final, né!? Sim, esqueça o último paragráfo. Wolverine precisa enfrentar um robozão gigante na conclusão. Pois é. Uma das maiores mudanças feitas da história original foi transformar o arquiinimigo de Wolverine, o Samurai de Prata, em um Samurai Transformers. E é aí, infelizmente, que o filme perde. Aquela megalomania hollywoodiana de transformar tudo gigantesco [e olha que o diretor não é o Michael Bay] é a grande responsável por tirar o “espetacular” de Wolverine: Imortal.
Fora essa confusão, fãs ainda hão de esperar pelo momento em que Wolverine vai liberar toda sua fúria e se tornar aqueles animal matador dos quadrinhos, em seu modo berserker. Não foi dessa vez, amigos. Isto posto, eu só posso dizer que: sim, fique na sessão após o filme terminar. A cena pós-crétido… rapaz!!! X-Men: Dias de um futuro esquecido, vem aí!
O que é imortal não morre no final...