Crítica do filme Zootopia
Uma mensagem animal de autoconfiança
Já pensou que louca seria uma cidade povoada por bichos falantes? Eu já e tenho certeza que uma metrópole dessas só seria maneira se ela fosse tipo Zootopia.
No novo filme da Disney, todos os mamíferos são inteligentes, andam sobre duas patas e convivem muito bem nessa metrópole maravilhosa.
Cada um tem sua função, seu emprego, seu jeitinho. E o slogan dessa cidade é justamente para apoiar todos a lutarem por seus sonhos, pois Zootopia preza por essa questão da realização própria.
Nesse mundo utópico, a gente conhece Judy Hopps, uma coelhinha que mora em uma região agrícola, focada na produção de cenoura e de outros vegetais. Acontece que, desde pequena, ela sonhava em ser policial, sendo que a grande cidade era seu foco.
Só que, chegando lá, ela descobre que nem tudo é tão fácil. Agora, determinada a provar seu valor, ela agarra a oportunidade de solucionar um caso, mesmo que isso signifique formar uma parceria com o raposo falante e vigarista para desvendar o mistério.
Por mais simples que essa história possa parecer, ela tem uma fundamentação incrível e o estilo de humor proposto funciona super bem. Antes de dar continuidade à linha de raciocínio, dá pra adiantar e dizer que essa é tipo a melhor animação da Disney de todos os tempos. Diversão garantida para crianças e adultos.
Zootopia é uma cidade que você provavelmente já conhece. Ela é baseada em vários cenários do mundo real, composta por pessoas de todos os tipos (só que aqui os bichinhos assumem personalidades e ganham um toque animalesco) e se apresenta muito viva com as situações mais inusitadas possíveis.
Para começo de conversa, a gente tem uma exploração sensacional em diferentes cenários. Zootopia tem bairros-habitat que mostram desde casas isoladas em selvas, praças elegantes como a Sahara Square e áreas mais geladas como a Tundratown. Há um local para cada espécie e todo mundo desenvolve papel fundamental, tal qual no mundo dos humanos.
A gente tem policiais felinos engraçados, sorveteiros elefantes ranzinzas, políticos bovídeos simpáticos e outros cidadãos dos mais variados tipos. Há também animais de má índole, tal qual um dos protagonistas, o raposo Nick Wilde, que vive na malandragem. A animação “Zootopia” explora muito bem estereótipos e diferentes feitios.
Aproveitando essa diversidade, o filme tende para lições que tentam mostrar às crianças que mesmo que o mundo diga não, elas podem ser quem elas quiserem. Essa lição é passada de forma muito divertida, com o raposo mostrando como a vida já lhe deixou pra baixo e a coelhinha Hopps fazendo o contraponto, transpassando alegria e boa disposição.
As animações da Disney sempre trazem assuntos importantes para debate e reflexão, mas é claro que toda a expertise da produtora ajuda muito na hora de criar histórias que conseguem ensinar e divertir ao mesmo tempo. Nesse aspecto, “Zootopia” acerta em cheio, ao proporcionar momentos hilários que se encaixam perfeitamente na trama.
A convivência da coelha Hopps com o raposo Wilde faz a ponte entre quase todos os diálogos do filme, com discussões bem quentes, falas coerentes e piadinhas bem encaixadas. Os dois passam por cada ocasião sem cabimento que é impossível ficar alguns minutos sem esboçar um sorriso.
O gancho com outros personagens que fogem do comum e em cenas de ação muito bem elaboradas ajudam bastante a deixar o ritmo do filme sempre agitado. E, pelo amor de Deus, o que são preguiças trabalhando no departamento de trânsito? Sério, pura genialidade!
Outra coisa que ajudou a dar vida ao filme foi a dublagem. As vozes de Mônica Iozzi (Hopps), Rodrigo Lombardi (Wilde), Vagner Fagundes e outros grandes nomes colaboram muito para passar um tom bem engraçado para os personagens. Bom, é isso aí, “Zootopia” é uma animação com bonitas lições (incluindo aí a questão da autoconfiança e da perseguição dos seus sonhos), cheia de bom humor e que certamente vai te deixar muito contente. Um prato cheio pra todo mundo.
