Crítica Capitão América 2
Apresentando o gênero super-herói de espionagem
É preciso começar dizendo: Capitão América 2: O Soldado Invernal é, junto com Os Vingadores, o melhor filme da Marvel feito até agora. Talvez possa ser ousado fazer essa afirmação, mas não. A sequência do Sentinela da Liberdade é tudo aquilo que não esperávamos de um filme de super-herói, e surpreende.
Quando digo que surpreende, estou falando em especial do clima apresentado na continuação. Ele foge um pouco do estilo que já estamos acostumados nos filmes de super-hérois, e apresenta uma nova temática, a de espionagem.
Talvez isso seja meio implícito, visto que o Capitão agora trabalha para uma organização internacional de espiões (SHIELD), porém trazer essa tônica para a história foi a melhor sacada feita pelo estúdio. Essa diferença é vista logo quando comparada com o primeiro filme, de 2011.
Lá tínhamos um início de uma nova franquia; a construção de um herói patriótico e uma luta contra o nazismo, personificado pela organização HIDRA. Ou seja, uma história permeada pelos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial e os princípios norte-americanos de “proteger” o mundo.
Capitão América 2 segue um ritmo diferente de seu antecessor. Toda aquela mística fantasiosa do herói norte-americano ficou no passado e foi para o museu. O Cap ainda é um símbolo de esperança para o povo, porém os tempos mudaram, e os inimigos também.
Na trama, o Capitão Steve Rogers (Chris Evans), ao melhor estilo “Sabe de nada inocente”, está ainda tentando se adaptar ao mundo contemporâneo e aprendendo como lidar com os inimigos da atualidade. De dia, faz exercícios e escreve em seu caderninho os importantes fatos que perdeu enquanto estava congelado – na versão Brasileira, importante é Ayrton Senna, Mamonas Assassinas e... Xuxa? – e durante a noite, parte para altas aventuras ao lado da nossa musa dos quadrinhos e da vida, Viúva Negra/Scarlett Johansson.
E é em uma dessas missões secretas que tudo começa a desmoronar. Ataques terroristas, traição, queima de arquivos, inimigos secretos, tudo se envolve em uma única questão: não se pode confiar em ninguém. A SHIELD está em crise e um velho inimigo está de volta. O Soldado Invernal, que emplaca seu nome no título, não é o maior dos problemas do Cap. “O inimigo agora é outro”, se é que vocês me entendem.
Esses detalhes tornam a história substancial e coesa. Capitão América 2 tem um propósito para existir, seja para expandir mais o universo Marvel nas telonas ou para abrir o caminho para Os Vingadores 2 – mas isso vamos falar mais para a frente.
Expandir o universo não significa apenas introduzir novos heróis, mas principalmente criar vertentes que possam dar subsídios para você introduzir esses personagens, sem se perder no caminho. Nessa nova aventura, como já dito, a grande treta é justamente interna.
O Capitão, Viúva Negra, Nick Fury (Samuel L. Jackson, sem motherf* dessa vez), Maria Hill (Cobie Smulders, a mãe que não é a mãe... SPOILERS HÁ) e o Falcão (Anthony Mackie, uma grande aquisição pra equipe) vão se unir para derrubar o mal que assola a organização.
Com cenas de ação muito bem elaboradas, clima de espionagem à la Jason Bourne (a presença de Robert Redford é mais um tiro certo) e reviravoltas um pouco clichê, mas nem por isso não emocionantes, Capitão América 2: O Soldado Invernal se consagra com um dos melhores capítulos realizados pelo estúdio Marvel nos cinemas.
E o mais legal, além de se garantir individualmente, Cap América 2 faz aquilo que todo fã queria ter visto em Homem de Ferro 3 ou Thor 2: começar a bendita fase 2. Sim meus amigos, Os Vingadores 2 está aí. O final da película não é um gancho, e sim um mini prelúdio para o próxima filme da super equipe. Obrigado, Capitão!