Crítica do filme Interestelar

É bom, é bom pra cacete!

por
Rafael Gazzarrini

03 de Novembro de 2014
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Se você acompanha as notícias sobre cinema, nos últimos meses deve ter lido pelo menos algum parágrafo sobre o filme “Interestelar”. Não podemos falar muito sobre o roteiro da produção, mas a sinopse conta a história de um futuro não muito distante em que o planeta Terra já não é mais o lar ideal para seres humanos. As pessoas estão morrendo aos poucos e os últimos cientistas que sobraram procuram um lugar para que a raça humana continue o seu legado.

Entre os atores envolvidos, temos grandes nomes, como os protagonistas Matthew McConauchey e Anne Hathaway – no entanto, vou abordar a parte da atuação mais tarde. A primeira qualidade que destaco em “Interestelar” é o mistério em torno do enredo, algo que começa antes mesmo de o filme começar. Toda a publicidade em torno dele é extremamente eficiente e faz com que você queira descobrir o que há nessa história.

Quando o filme começa, esse trabalho de mostrar dúvidas e envolves o expectador continua a acontecer. Uma série de questões, como quem é do “bem ou do mal”, por exemplo, são respondidas apenas na segunda metade da película, fazendo com que você preste muita atenção em cada detalhe para não deixar que informações importantes escapem – e eu passei todo o tempo de filme com os olhos vidrados e a boca aberta. Só este ponto positivo já vence uma porrada de outras histórias que a gente encontra por aí.

Qualidade em todos os cantos

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A atuação de todos os atores envolvidos na produção, incluindo nomes como Matt Damon e Michael Caine, é muito boa. Por conta da efervescência de emoções mostrada por eles, você também sente a vontade de sobreviver, a covardia proveniente disso, a coragem de salvar semelhantes, a saudade dos entes queridos e coisas deste tipo. Isso cria intimidade com quem assiste e é fruto do trabalho de atores realmente bons, que sabem o que estão fazendo.

“Interestelar” ainda é um filme muito bonito, com uma fotografia pensada para traduzir o que cada ambiente significa para a história, enriquecendo a produção. Além disso, os efeitos especiais são, em sua maioria, muito bem feitos e passando muita verdade. O problema fica com grandes criações – cara, não adianta, tentar criar um planeta inteiro ou um buraco negro é foda, fica com cara de coisa feita no computador.

Uma história boa de verdade!

Por fim, o que podemos dizer é que “Interestelar” conta uma história legal pra cacete! Ela é diferente da maioria dos enredos de ficção científica e espacial, com motivos diferentes, singulares e coerentes para que os conflitos aconteçam, uma série de surpresas que fazem CABOOM na sua cabeça e ainda tem um apelo familiar e de amor bastante pé no chão. É uma história bacana, você vai querer tê-la no seu repertório cerebral.

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A maneira como ela é contada também me agradou, mostrando o que acontece no espaço, o que acontece na Terra e dando uma noção muito concreta do papel que o tempo tem nessa história. A parte da ficção é outro ponto alto, com viradas épicas e um trabalho em conjunto com teorias da física muito interessante. Tudo isso cria um filme pra lá de detalhista, sem fazer com que as quase três horas de duração te incomodem.

Tem problemas? É, mais ou menos

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É claro que, assim como tudo na vida, “Interestelar” tem problemas. Algumas questões não são respondidas e você pode ficar um tanto quanto revoltado com isso. Outro probleminha é que, em alguns momentos, tem tanta merda acontecendo ao mesmo tempo que a história fica pesada – até parece a vida real, risos. Contudo, eu juro para você que esses pontos negativos não incomodam e nem pesam demais, você só vai percebê-los depois de pensar sobre o assunto.

Por conta de tudo o que foi dito até aqui, afirmo que “Interestelar” é um filme que vale a pena sair de casa, encarar o trânsito e até mesmo o cinema cheio. É provável que essa história seja comentada assim como são outros expoentes do gênero, como é o caso de “2001 – Uma Odisseia no Espaço” – e, caras, quando o filme acabar, espero que vocês fiquem tão entusiasmados quanto eu fiquei!

Fonte das imagens: Divulgação/
Rafael Gazzarrini

Pode me chamar de Rafa, eu ando por aí na minha nuvem dourada.