Morgan Freeman - Café com Filme

Crítica do filme Winter, O Golfinho 2 | Go Winter!!!

Na última quinta-feira (11), a continuação de “Winter, o Golfinho” chegou aos cinemas de todo o Brasil. O novo filme, assim como seu antecessor, é baseado em uma história real e dando continuidade ao primeiro longa-metragem, vemos mais um drama vivido tanto pelos golfinhos (e outros animais) quanto pelos humanos.

Desta vez, o drama gira em torno de uma possível saída da Winter do aquário, já que Panamá está muito doente e a protagonista da história talvez tenha que se mudar caso a companheira pereça. Paralelamente a tais acontecimentos, acompanhamos a captura de outros bichinhos queridos e das difíceis decisões que as pessoas envolvidas no drama terão que tomar.

Quem já viu o primeiro filme pode ter uma boa noção do ritmo da continuação. Trata-se de um longa-metragem voltado principalmente ao público infantil (e, para ser sincero, tenho a impressão de que este é um conto como Free Willy para as crianças de hoje), mas pode ser uma boa pedida também para os adultos que buscam algo mais light.

Uma história sobre amizade

Winter, O Golfinho 2” começa mostrando um novo animalzinho chegando ao aquário. Mandy é mais um nariz de garrafa que vem para deixar todos mais alegres, mas sua chegada não era esperada, sendo que ele acabou parando ali por um infortúnio do destino.

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Na verdade, o novo integrante do filme foi capturado com sérios problemas de saúde, após ter ficado encalhado. Essa parte de retratar os processos de captura, soltura e os cuidados profissionais nesses tipos de situação é um ponto muito legal do filme, já que é algo que não vemos todo dia.

Assim como o primeiro título, esta sequência pretende mostrar mais laços de amizade entre os animais e os humanos. A história se desenvolve com base na introdução deste novo animal, mas não deixa de lado o relacionamento com Winter, Panamá e até mesmo com Rufus, o simpático pelicano que vive acompanhado as atividades dos humanos e deixando as cenas mais engraçadas.

Paralelamente ao drama dos bichinhos, o protagonista Sawyer é surpreendido com um convite para embarcar em uma grande viagem que pode lhe render bons frutos estudantis e profissionais. A dúvida para embarcar na viagem surge justamente quando Winter mais precisa de sua companhia, o que deixa o garoto encucado e leva o filme em banho-maria.

Obviamente, o garoto que cresceu no aquário tem muitos amigos (muitos que inclusive já apareceram no filme anterior) e todos eles serão importantes nessa fase complicada. O destaque como sempre fica principalmente para nosso amigo Morgan Freeman que rouba a cena mesmo que seja por alguns segundos.

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O elenco de apoio, contudo, não deixa a desejar e atua em conjunto para deixar o ritmo do filme aceitável. É importante ressaltar que, ainda que “Winter, O Golfinho 2” seja um filme bem leve e sem grandes emoções, ele tem momentos-chave que podem deixar a plateia mais apreensiva e até mesmo emocionada.

É bacana ainda que a película toca em questões ambientais, levando principalmente a criançada — mas muitos adultos também — a pensarem a respeito da vida complicada em cativeiro e a necessidade de levar os animais de volta para seu habitat. Enfim, o filme passa muito bem sua mensagem e pode ser o programa ideal para a família.

Crítica do filme Lucy | Ficção científica com uma pequena dose de filosofia

Estudos apontam que os humanos utilizam apenas 10% de sua capacidade cerebral. Mas o que aconteceria se fosse possível usar 20%, ou 100%? Ainda que essa teoria esteja sendo revista, é interessante considerar essas hipóteses. A premissa do filme é essa, onde Lucy (Scarlett Johansson) acaba sendo cobaia involuntária de uma droga experimental, adquirindo a capacidade de acessar areas do cérebro ainda inexploradas. Basicamente ela ganha superpoderes maneiros, e podemos acompanhar o progresso das capacidades cerebrais de uma forma bem visual. 

O filme tenta ser um tanto quanto conceitual, estilo "A Árvore da Vida". Por exemplo, logo no começo quando Lucy está sendo obviamente enganada para uma armadilha, aparece uma ratoeira com um queijo no meio da cena, e várias cenas seguintes são referênciadas dessa forma. É claro que Luc Besson quis adicionar isso como narrativa, mas acaba sendo meio desnecessário em determinadas cenas. Mas quando Lucy está descobrindo seu novo potencial, paralelamente vemos uma palestra do sempre genial Morgan Freeman, explicando em porcentagens o que seríamos capazes de fazer com o potencial completo de nossos cérebros, e apesar de ser tudo meio literal, não ficamos com a dúvida do que está acontecendo. O elenco conta ainda com Min-sik Choi, ator conhecido pelo genial Oldboy.

Scarlett está fazendo seu papel tradicional, de moça sensual que bate em todo mundo, mas até que ela combina bem com o papel. Em vários momentos podemos ver Lucy olhando pro além, com a boca entreaberta e os olhos brilhantes, enquanto tenta entender suas novas capacidades. Esse não é o retrato perfeito da Scarlett?

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As música que compõem a trilha são perfeitas para o andamento da história, combinando perfeitamente com cada cena, inclusive contando com momentos selecionados de silêncio. 

O ritmo do filme é bem desenvolvido, sem muita enrolação. Basicamente é uma grande demostração de superpoderes possíveis utilizando apenas a mente. Diversas explicações científicas são apresentadas, mas nada que faça sua cabeça explodir ou qualquer ideia revoLucyonária. Podemos relacionar as ideias apresentadas com filmes como "Transcendence" e "Sem Limites". 

É possível se entreter, ainda que os clichês hollywodianos estejam presentes, como perseguições de carros em alta velocidade, e deixar o vilão zoar todo mundo até finalmente vencê-lo, mas "Lucy" deve agradar aos fãs de ficção científica e ideias malucas.

Winter, O Golfinho 2 | Novo trailer dublado e sinopse

Já se passaram alguns anos desde que o jovem Sawyer Nelson (Nathan Gamble) e a dedicada equipe do Clearwater Marine Hospital, chefiada pelo Dr. Clay Haskett (Harry Connick Jr), resgataram o golfinho fêmea com a ajuda do doutor Cameron McCarthy (Morgan Freeman), que desenvolveu uma cauda protética exclusiva para Winter.

Agora, a luta é para que Winter não seja levada para outro aquário por conta da morte de sua mãe adotiva, a muito idosa golfinho Panamá. De acordo com os regulamentos do USDA, o golfinho não pode ficar sozinho no tanque porque seu comportamento social requer que tenham companhia de outros animais da mesma espécie.

Crítica do filme Transcendence - A Revolução | A tecnologia tem suas falhas

A tecnologia é um assunto geralmente abordado com superficialidade em muitos filmes. Talvez por conta da complexidade do tema (o que pode dificultar a explicação de partes da trama) ou por simples medo de entrar em uma área que pode ser meio controversa, muitos roteiristas evitam mergulhar de cabeça no tema.

Em “Transcendence - A Revolução” (o subtítulo é totalmente desnecessário), o roteirista novato Jack Paglen tenta criar uma trama que é toda baseada em um futuro tecnológico, em que os computadores chegaram a um nível surpreendente de evolução (sendo que já temos até mesmo a computação quântica bem funcional).

O protagonista da história é o Dr. Will Caster (Johnny Depp), um verdadeiro gênio na área de pesquisa da inteligência artificial que criou uma máquina impressionante chamada PINN. Ele é casado com a Dra. Evelyn, que sonha em transformar o mundo em um lugar melhor.

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As pesquisas dos dois vão muito bem, mas de repente um grupo antitecnologia começa a destruir esses projetos com medo de que os cientistas não possam freá-los e acabem prejudicando a humanidade. Num desses atentados, o Dr. Will acaba sendo atingido por uma bala e logo tem seus dias contados.

Mas e se for possível usar toda essa tecnologia avançada para salvá-lo? O filme propõe justamente essa transposição de mente de um corpo humano para uma máquina — uma ideia que não é tão absurda e que a ciência realmente estuda. O experimento dá certo (e isso não é spoiler, pois no trailer você vai saber muito mais) e daqui para frente é que o caldo desanda.

Vamos falar de tecnologia

“Transcendence - A Revolução” é o tipo do filme que consegue atrair o expectador pelas ideias geniais que propõe em seu trailer. De fato, toda a parte tecnológica do longa é muito bem trabalhada, sendo que o roteiro é bem construído (nessa parte em específico) e os fatos são apresentados de forma que a plateia consegue acompanhar as explicações e reviravoltas.

A tecnologia é realmente avançada, mas ainda é muito pé no chão. Muito do que é mostrado no filme são avanços que hoje ainda são apenas teorias. Não há nada de muito extraordinário em um primeiro momento, sendo que podemos aceitar muito bem todo o avanço da inteligência artificial e a transcendência (a transferência da mente humana para a máquina), visto que a computação quântica pode realmente nos levar a lugares surpreendentes.

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Aos poucos, o filme tenta dar alguns saltos na tecnologia, graças à evolução de Will Caster enquanto máquina. Primeiro, ele quer se conectar a rede mundial de computadores, depois quer criar melhorias para os humanos e aos poucos, o doutor some e a tecnologia assume o papel de vilão (e isso também não é spoiler, porque você já viu no trailer).

Esse negócio de querer controlar os humanos, ser autossuficiente, evoluir sem parar, buscar a perfeição, etc. são aspectos que já vimos em outras inteligências artificiais de outros filmes. A novidade aqui é que o Dr. Will Caster vai muito além de várias ideias que já vimos em outros filmes. Toda essa parte é extremamente bem-vinda e bem elaborada.

Apesar das falhas, ainda é um filme de qualidade

Johnny Depp é o grande nome da película, mas, ainda que seja o elemento principal para todo o desenrolar, ele não é o protagonista. É complicado comentar sobre a atuação do ator, pois seu papel é um bocado robótico. Isso deixa dúvidas se ele apenas seguiu o script ou se  está apenas sendo o Depp — que já não vem se destacando há algum tempo.

Rebecca Hall, que podemos considerar como a personagem principal, é que acaba surpreendendo. Quer dizer, seu papel é de uma moça apaixonada que faz muita burrice, mas ela consegue expressar bem a confusão interna da Dra. Evelyn e encarar o papel de forma natural. Quer dizer, em minha opinião, não teria muito como encarar uma situação como a do filme de uma forma muito diferente.

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O restante do elenco é meia boca, com a exceção de Morgan Freeman (que faz piadinhas e tem uma voz sensacional, então já leva pontos por isso) e Cillian Murphy, que também consegue convencer no papel de agente do governo. Kate Mara e sua turma são bem razoáveis, mas dá pra relevar.

O que não dá pra relevar são as ideias e ações do grupo antitecnologia. Ainda que eles tenham um fundamento por trás de suas atitudes, o grupinho demora muito para fazer alguma coisa (algo que possivelmente foi uma falha danada de roteiro). Durante o filme, é capaz que você nem note isso, mas, depois, se você parar pra pensar, muita coisa poderia ser diferente e deixar o filme mais conciso e coerente.

O diretor estreante Wally Pfister (que é diretor de fotografia em todos os filmes de Christopher Nolan) acertou em muitas coisas. As cenas em slow motion, as jogadas de câmera e a condução do roteiro são notáveis. Como ele estava encarregado da direção, desta vez ele não foi o responsável pela direção de fotografia, sendo que Jess Hall conseguiu bons cenários para a execução do longa-metragem. O filme é bonito mesmo.

Eu, como grande apaixonado por trilhas sonoras, fiquei maravilhado com o incrível trabalho do senhor Mychael Danna (que já tem algumas dezenas de composições em sua carreira, incluindo a trilha de As Aventuras de Pi). As músicas são perfeitas para o clima tecnológico da película e, de alguma forma, elas me lembraram de muitos sons de Solaris. Imersiva e cativante, a sonoridade do filme faz muita diferença!

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No fim, “Transcendence - A Revolução” tem sim algumas falhas desnecessárias em sua história.  Muitas cenas de encerramento são confusas e parece mesmo que o roteirista deixou parte do trabalho para um estagiário.

Boa parte da lógica é jogada no lixo, algumas falas são tiradas do nada e há muita coisa que acaba ficando desconexa. Se você gosta de tecnologia, vá ver o filme no cinema, porque tem efeitos legais e assim você não sofre com spoilers. Do contrário, aguarde até que passe nos canais da TV a cabo.

Para concluir, preciso dizer que para um primeiro trabalho de Wally Pfister, o filme está de bom tamanho.

"Transcendence - A Revolução" estreia nesta quinta-feira, dia 19 de junho.

Lucy | Trailer legendado e sinopse

Escrito e dirigido por Luc Besson, o longa acompanha Lucy (Scarlett Johansson), uma jovem recrutada para transportar drogas no próprio estômago por mafiosos orientais. Após o corpo absorver a substância, Lucy passa a usar 100% da capacidade de seu cérebro, se transformando em uma "supermulher"

Em Lucy, Scarlett Johansson é uma drogada linda e cheia de poderes [trailer]

Nesta semana, o trailer do filme “Lucy” começou a circular pela internet. A produção é dirigida por Luc Besson (de “O Quinto Elemento”) e tem como protagonista uma das mulheres mais lindas, bem humoradas e sexys do cinema: Scarlett Johansson – a essa altura, você já deve ter percebido que eu sou um puta fã dessa loira da voz bonita.

Assim como você pode conferir no vídeo acima, o enredo conta a história de Lucy, uma garota que por um motivo ou outro trabalha levando drogas dentro do seu estômago para diversos lugares. A treta é que uma dessas substâncias – que, por sinal, é azul e talvez faça você lembrar de “Breaking Bad” – acaba vazando e entrando em contato com o organismo da moça.

Isso faria com que ela tivesse uma overdose, não é mesmo? No mundo real, a resposta para essa questão seria positiva. No entanto, no caso de Lucy, ela começou a utilizar mais do que 10% do seu cérebro, o que resultou em uma cacetada de poderes. Como exemplos, podemos citar o controle de emoções de outras pessoas e telecinésia. O problema é que ela vai perdendo as emoções ao utilizar essas habilidades, sendo que tudo isso coloca a vida dela em perigo.

Para melhorar essa situação toda, ainda temos a participação e narração de Morgan Freeman. E é isso aí, pessoal, o filme tem tudo para ser bacana, mas se não for, você pode passar quase duas horas assistindo à Scarlett, algo que já é muito legal.