Crítica do filme O Filho de Deus

A mesma história de sempre

por
Thiago Moura

15 de Abril de 2014
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

☕ Home 💬 Críticas 🎭 Opinião

A Páscoa está chegando, e com ela mais uma adaptação de um dos livros mais famosos de todos os tempos. A conhecida história de Jesus é recontada em "O Filho de Deus", sem muitas novidades e pontos que chamem a atenção do espectador. O filme foi inspirado na série épica "A Bíblia", indicada a três prêmios Emmy e campeã de audiência tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. 

Se você é ocidental e esteve por aí nos últimos 2014 anos, deve ter ouvido falar no tal Jesus de Nazaré, filho de Maria e de Deus. Mas apenas pra refrescar sua memória, a história está no Novo Testamento de um livro chamado "A Bíblia Sagrada". "O Filho de Deus" narra essa história, desde seu humilde nascimento e adoração dos três reis magos, passando pela busca pelos doze apóstolos e a trasmissão de seus ensinamentos para eles, até a sua famosa crucificação e ressurreição que hoje celebramos com o nome Páscoa. 

Quem assistiu a "Noé" e achou tudo muito estranho, talvez se contente mais com "O Filho de Deus". Esse sim é baseado quase que 100% na famosa edição da Bíblia do Rei James. É um filme feito pra adorar e louvar em pé o nome do Senhor!

Jesus gatão!

Mas o filme pode ser muito mais interessante se você não conhece a história toda. Jesus é interpretado pelo ator português Diogo Morgado, e como não podia deixar de ser, ele é lindo e carismático. 

Porém, só é possível gostar dele depois de ouvír o que ele tem a dizer. Alguns dos ensinamentos de Jesus aparecem no filme, a maioria com passagens literais da Bíblia, e isso é bem legal. 

Na minha opinião, se os filmes religiosos focassem mais nos ensinamentos de Jesus e menos na parte histórica, em que Jesus é chicoteado, espancando, humilhado, xingado, crucificado e sangra mais do que os personagens de 300 de Esparta, todos poderiam aproveitar muito mais. A crucificação é um ponto muito importante, mas as mensagens e exemplos de vida são muito melhores. 

Nem precisa ser cristão para entender isso.   

A parte dramática do filme é representada na luta entre os Judeus da Judéia e os Romanos, buscando dar uma dimensão a mais para a história, acrescentando diálogos a respeito das ações de Jesus e adicionando personagens com a intenção de caracterizar os pontos de vista.

Maria, mãe de Jesus e Maria Madalena

Toda a ambientação do filme é muito boa, desde os trajes até a aparência dos personagens. Um ponto que me incomodou um pouco foi o fato de nem todos os apóstolos terem um papel importante. Pedro é a pedra que sustenta todos, Tomé é o que duvida de tudo, Judas é o traídor desconfiado, mas a maioria aparece apenas como figurantes, sem falas e nem ações significativas, apenas ficam ali olhando.

Um destaque muito maior fica por conta das personagens femininas, Maria e Maria. Maria mãe de Jesus chora desesperadamente por seu filho enquanto ele sofre, e Maria Madalena está em 90% das cenas com os apóstolos, sempre em primeiro plano e sempre apoiando Jesus e todas as suas ações. 

Os efeitos especiais não impressionam muito, parecendo bons apenas para uma série de TV, mas não no cinema. Algumas cenas são apenas construções em 3D para mostrar as locações exóticas em que Jesus está em determinado momento, mas é tudo muito artificial. 

jesusehocaminho

A trilha sonora de "O Filho de Deus", feita pelo adorado Hans Zimmer, busca dar um tom mais épico ao filme, mas acaba parecendo um pouco exagerada em certos pontos.

Pra concluir, eu acho que o livro é melhor que o filme.

Fonte das imagens: Divulgação/
Thiago Moura

Curto as parada massa.