Crítica do filme A Vida Secreta de Walter Mitty | Aventuras na medida certa

Nunca fui um grande fã do Ben Stiller e não esperava grande coisa deste longa que é estrelado e dirigido por este que, segundo alguns, é o rei da comédia. Entretanto, o filme que aparentava ser um título sem pé nem cabeça acabou se saindo melhor do que eu esperava e, no fim, acabei gostando da proposta, da história como um tudo e peguei certa afeição por Stiller.

Bom, para você que sequer viu o trailer, vou dar uma resumida dos fatos que rolam em “A Vida Secreta de Walter Mitty”. Como você deve imaginar (o título denuncia tudo), a história aqui é centrada em Walter Mitty, um cara que trabalha como diretor de negativos (a seção que é responsável por revelar as fotografia) em uma famosa revista.

A vida de Mitty é a mesma coisa há 16 anos, mas ele gosta do que faz, ainda mais que acaba viajando legal na maionese. A grande sacada do personagem é justamente suas divagações que acabam acontecendo nos momentos mais inesperados. Nos primeiros momentos, logo vemos que o rapaz acaba entrando no mundo do sonhos e pensa que virou um grande herói, um alpinista ou qualquer outra coisa incrível.

Vivendo um pouco nos sonhos e um pouco da vida real, Walter acaba se interessando por Cheryl — uma mulher que acabou de entrar na mesma empresa em que ele trabalha. Ocorre que a vida pacata de Mitty está para mudar completamente, pois uma grande empresa acaba de comprar a companhia que Walter tanto adorava.

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A treta do filme, no entanto, rola quando Mitty não encontra o negativo que deve ser a capa da última edição da revista. Depois disso, a história foca na vida secreta do personagem, que acaba entrando em uma série de acontecimentos inacreditáveis, quando resolve ir atrás do fotógrafo Sean O’Connell para conseguir o negativo.

É interessante que apesar de ser um filme bem humorado, “A Vida Secreta de Walter Mitty” não é propriamente uma comédia. Há piadas espalhadas ao longo do filme, mas a graça está mais nas divagações do personagem, algo que felizmente é usado de forma moderada e não chega a cansar o telespectador.

A atuação de Ben Stiller não é nada excepcional, mas acredito que todo o esforço dele estava justamente em agir de forma natural, garantindo que o personagem parecesse uma pessoa comum, e não um comediante tentando tirar gargalhadas da plateia. A direção, por outro lado, ficou acima do que eu esperava, sendo muito prazeroso assistir a cada tomada da projeção.

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Outro aspecto que merece destaque — e que eu fico sempre babando — é a direção de fotografia deste longa-metragem. Cada cenário, cada cena e cada momento escolhido é perfeito para retratar uma vida de aventuras inusitadas. Para ornar com esses ambientes, a trilha sonora escolhida se encaixa perfeitamente e, mesmo contando com algumas canções populares, fica sensacional apreciar o filme.

Uma coisa que me incomodou um bocado foi o ritmo acelerado do longa, algo que acaba acontecendo depois que um ou outro pedaço que foi demasiadamente abordado. De qualquer forma, a história não tem muitos segredos e não é difícil entender a moral por trás do conto. Fiquei um tanto chateado também com a curta participação de Sean Penn.

É interessante notar que uma das grandes sacadas da história dá pra pegar um bocado antes de todo o desenrolar dos fatos, mas isso não é exatamente uma falha do roteiro ou algo que é explicitamente dito, mas quando falamos de Hollywood, podemos esperar algumas coisas que já foram exploradas em outros tantos filmes.

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No fim, toda a fantasia, a aventura e as piadas acabam levando a uma história muito legal, que, mesmo não sendo a mais espetacular de todas, é muito prazerosa para ver nos cinemas. Meus parabéns ao Ben Stiller e na próxima já não terei uma mesma visão do cara. Fica aqui minha indicação para você que está procurando um filme divertido, engraçado e bonito.

Crítica do filme O Hobbit: A Desolação de Smaug | Pouca história, muita ação!

Finalmente, depois de um longo ano, a segunda parte da jornada de Bilbo chega aos cinemas. Apesar de não ter lido o livro, gosto do universo de Tolkien e não poderia deixar de conferir mais este “grande capítulo” da história do Hobbit. Aproveitei uma sessão 2D (o 3D em 48 fps não me agradou muito no ano passado) para ver a continuação dessa aventura.

Para você que não tá ligado no que acontece, nosso amigo Metadílio e o bando de anões continuam na jornada em direção à Montanha da Solidão, onde tem um lagartão sinistro residindo. O bichano que mora no reino dos anões é o Smaug, um dragão que apenas vimos de relance no primeiro filme e que promete tocar o terror nesses carinhas que tão na empreitada.

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A primeira coisa que posso dizer sobre “O Hobbit: A Desolação de Smaug” é que gostei muito do resultado geral do filme. O longa-metragem acompanha bem o clima do primeiro, mas tem um ritmo bem mais acelerado. Como não tem muito o que contar, toda a emoção do filme acaba sendo compensado com as cenas de ação sequenciais (começa e não para mais). 

Claro, mesmo com uma história rasa, o filme desenvolve vários fatos durante a jornada dessa turminha de anões do barulho. A maioria das situações, na verdade, consegue prender a atenção do espectador. Graças a monstros bem assustadores, cenários sombrios, visuais belíssimos e outros recursos, o filme mantém o público sempre atento. 

hobbitc3Uma boa surpresa da película é a presença do nosso amigo Legolas. O elfo lindão esbanja charme e mostra que desde cedo manjava muito. Pensando bem, as cenas dos elfos, em geral, são magníficas, com ambientes incrivelmente belos e um show de flechas que dançam e se movem perfeitamente, perfurando orcs, aranhas e outros bichos.

Como todo bom filme, aqui também cabem alguns clichês e exageros. Nosso amigo Bilbo continua sendo um desastrado, então pode ter a certeza de que ele vai fazer muita besteira. Por outro lado, o hobbit cria mais coragem e dá uma força essencial para a turma dos anões (claro que em momento algum ele não vai nem receber um obrigado).

Sobre os exageros, podemos dizer que eles são bem variados e que são essenciais para que o longa continue rolando. A galera vai se safar da morte muitas vezes (aí é que tá a graça da coisa), seja participando de uma coreografia com barris, correndo de um urso gigante ou descendo o cacete em aranhas sinistras. Isso tudo é muito legal!

Uma coisa que é fácil reparar é que, apesar de se chamar O Hobbit, este segundo filme não foca quase nada no Bilbo. Há uma ou outra cena em que a atuação dele é essencial, mas o longa destoa muito da primeira parte em que vimos os dilemas, emoções e acompanhamos o personagem mais de perto.

Algo que sempre me cativa nesses filmes épicos é a trilha sonora e, assim como rolou em toda a trilogia do Senhor dos Anéis e no primeiro Hobbit, aqui a música é perfeita. A orquestra toca sem parar e dá o vigor, o suspense e a emoção necessária. Juntando isso aos excelentes efeitos sonoros, temos uma sinfonia muito agradável.

Não posso finalizar minha resenha sem falar sobre o temível Smaug. O dragão é simplesmente irado! Os efeitos visuais ajudaram muito, mas a dublagem e toda a movimentação da criatura talvez sejam o maior charme da coisa. É muito legal ver que este bichão não é apenas um ser ignorante, mas é um inimigo que se dá ao luxo de brincar com sua comida.

Bom, como todo mundo já comentava, “O Hobbit: A Desolação de Smaug” é um filme que foi realmente espichado para que a trilogia pudesse ficar completa e coerente. A parte ruim disso é que temos uma série de cenas desnecessárias que acabam até sendo chatas — tipo quando um anão fica no maior clima de romance desnecessário. De qualquer forma, o filme é ótimo e vale muito a pena conferir no cinema!

Crítica do filme Gravidade | Sem gravidade, sem ar, sensacional!

Alfonso Cuarón não é lá um diretor muito conhecido, mas ele leva fama por ter alguns filmes de peso (incluindo um Harry Potter) em seu currículo. Fugindo de quase tudo que ele já fez previamente, o diretor mexicano resolveu embarcar em uma ficção que puxa para um tema pouco abordado: a vida dos nossos astronautas dentro das limitações de nossa tecnologia.

Com essa proposta em mente, Cuarón tenta focar nos fatos científicos — o que torna o filme ainda mais interessante — e desenvolver um drama asfixiante. No início, somos apresentados ao cenário: a órbita da Terra e o telescópio Hubble. Em seguida, conhecemos os personagens: alguns estão no espaço e outros em Terra dando as coordenadas.

Em “Gravidade”, Sandra Bullock e George Clooney interpretam dois astronautas (Ryan e Matt, respectivamente) que estão em uma missão de reparo na órbita da Terra. Bullock interpreta uma médica-engenheira que está em sua primeira missão e que foi requisitada por ter experiência com a aparelhagem que será instalada no Hubble.

A missão deveria ser simples e não ter muitos contratempos, mas uma chuva de satélites vêm em direção aos astronautas e acaba complicando a situação deles. Logo, como você pode ver no vídeo acima, Ryan (Bullock) se vê girando junto a um pedaço do telescópio pelo espaço e em pouco tempo ela está longe de seus colegas — e com muito medo, pois ela continuaria vagando pelo espaço infinitamente.

A situação acima é apenas uma das cenas iniciais do longa-metragem que conta com cenas de tirar o fôlego do começo ao fim. Depois disso, acompanhamos uma sequência de apuros com destroços ameaçando a vida dos protagonistas, falta de combustível, falta de oxigênio e falta de esperança. É muito difícil não se prender à situação e imaginar a agonia dos astronautas.

O destaque especial de “Gravidade” fica para a atuação fenomenal de Sandra Bullock. Fazia um bom tempo que a atriz não acertava em cheio. Tudo que ela faz no longa é muito bem encenado e dá pra ver no olhar que ela está desesperada e sem esperanças no espaço sideral.

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O cenário é belíssimo, mas, ao mesmo tempo, é assustador. Ver a Terra neste ângulo é algo para poucos, mas não ter onde se agarrar e estar suscetível a uma viagem sem fim pelo infinito é aterrorizador. O melhor de tudo é que Cuarón aproveita todo esse espaço disponível para fazer tomadas prolongadas, sem interrupções e muito bem orquestradas (a câmera gira de um lado para outro, foca na expressão do personagem, volta para o geral e assim por diante).

O longa é embalado pelo silêncio absoluto, afinal o som não se propaga no espaço. Os únicos sons são aqueles que se propagam nas roupas dos astronautas e a belíssima trilha sonora de Steven Price. A sonoridade é um dos elementos mais importantes, pois ao mesmo tempo em que o espectador se sente sozinho na vastidão do universo, ele se emociona (sentido o medo e o drama) com os personagens.

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No fim, “Gravidade” é um filme fantástico! Ele tem seus defeitos (não há tanta obediência às leis da ciência), tem seus clichês (para deixar o espectador com o coração na mão) e tem boas surpresas. O longa tem apenas 90 minutos, mas é tempo suficiente para desenvolver a história e propiciar uma experiência agoniante, emocionante e ímpar. Se você gosta de ficção, vale a pena conferir!

Crítica do filme Círculo de Fogo | Go Go Power Rangers

Robô gigante x Monstro gigante. Não, não é um final de episódio dos Power Rangers. É Círculo de Fogo (Pacifc Rim), novo filme de Guillermo Del Toro, aquele mesmo d’O Labirinto do Fauno, que deixou muitas garotinhas e garotinhos assustados na cena do bicho que tem os olhos na palma da mão.

Fundada e inspirada em anos e anos de Tokusatsu (filmes e seriados japoneses das décadas de 70/80), ao mesmo tempo em que Círculo de Fogo presta homenagem a este consagrado gênero, ele desenvolve seu próprio universo, criando uma saga impressionante de ação e ficção científica. A nova história do diretor mexicano traz à tela uma premissa bem simples, mas que cresce na riqueza de seus detalhes e na qualidade de sua produção.

O filme começa com um breve resumo de acontecimentos. Os Kaiju, monstros da família do Godzilla, saindo de uma fenda bidimensional na região do oceano que dá nome ao longa, começam a invadir diversas cidades do planeta e espalhar o caos geral. É o apocalipse chegando, até que a raça humana tem a brilhante ideia de construir Megazords Jaegers — robôs colossais controlados por pessoas via conexão neural para formar uma resistência frente a ameça Kaiju.

O problema é que, uma só cabeça não consegue suportar a força cerebral necessária para  pilotar um grandalhão, sendo necessário duas pessoas para utilizar um Jaeger. Assim, acontece o desenrolar da trama, na qual os heróis principais vão precisar superar seus medos internos e aprender a trabalhar em equipe para salvar o dia.

Quando digo que o filme se enriquece na qualidade de sua produção, afirmo principalmente em sua imagem e nível de CGI utilizado. Esse, até o momento, é o filme com os melhores efeitos especiais que já vi, chegando quase à perfeição, de tão absurdo. As cenas de combate também são extremamente elaboradas, dignas para qualquer fã de Jaspion e Jiraiya, com direito a “espada do poder” e tudo mais.

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Mesmo tendo alguns clichês de cinema hollywoodiano, Círculo de Fogo consegue, no geral, fugir daquela velha história de que todo ataque extraterrestre tem que acontecer em Nova Iorque. Pelo contrário. O ar oriental é responsável pela riqueza de detalhes, dando harmonia e equilíbrio nas cores e história. Círculo de Fogo é uma verdadeira ode à todos aqueles que passaram a infância vendo séries de TV japonesas, e é mais um colosso de ficção da sétima arte.

Crítica do filme Amor Pleno | As multifacetas de um sentimento complicado

Amor Pleno” é o mais novo filme de Terrence Malick. Talvez o nome não lhe seja estranho, afinal, este é o diretor responsável pelo aclamado (incompreendido e odiado) “A Árvore da Vida”. Neste novo filme, o cineasta busca falar da complicada relação de um casal muito apaixonado e de um sentimento bem difícil: o amor.

Na história, durante uma viagem à França, Neil (Ben Affleck) se apaixona por Marina (Olga Kurylenko, que já trabalho em "Oblivion") e, sem pensar muito, ele a convida – e a filha dela também – para se mudar para Oklahoma. Como é de se esperar, a relação se complica quando os dois estão morando juntos, ainda mais para Marina que é uma estrangeira.

O longa-metragem faz questão de mostrar os vais e vens do amor e, no meio das situações adversas, Neil acaba se encontrando com Jane (Rachel McAdams), uma mulher que marcou seu passado. Ao mesmo tempo em que desenrola tais relacionamentos, “Amor Pleno” aborda as divagações do Padre Quintana (Javier Bardem).

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Antes que você fique se perguntando se o filme é bom ou ruim, devo dizer que este é um filme para quem não está em busca de entretenimento. Se você não simpatizou com o estilo de Malick em “A Árvore da Vida”, tenha a certeza de que o novo projeto do diretor não vai lhe agradar.

As características mais marcantes de “Amor Pleno” são: diálogos incompletos, ausência de muitas falas, cenas aleatórias, personagens vazios e um exagero de closes. Falando assim, parece que o filme é ruim, mas, na verdade, todos os elementos são usados propositalmente e o resultado é bem o que poderíamos esperar de Terrence.

Você talvez esteja pensando que estou divagando ou tentando buscar sentido no que não existe, porém vou detalhar exatamente o que captei no filme. A primeira coisa que vale esclarecer é que o diretor não tenta contar uma história de forma convencional. Isso não é do feitio dele (até porque, todos os outros filmes de romance já fazem isso).

Depois, a ideia do filme não é mostrar como o casal está apaixonado ou como eles brigam e coisas do tipo. Tudo isso são coisas corriqueiras que já conhecemos bem, não há sentido em mostrar de forma bonita tais detalhes.

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Assim, o ponto principal não é ligar falas, criar diálogos ou dar um sentido completo para a coisa. Um recurso recorrente são os pensamentos de cada personagem, é mais ou menos o que fazemos quando estamos apaixonados. Montando tudo e jogando na telona, parece que tudo está desconexo, mas, na verdade, estamos vendo o íntimo e pessoal dos protagonistas.

Apesar do título sugestivo – que foi mal adaptado para o português – “Amor Pleno” não quer apenas falar de amor. Ele quer expressar o sentimento, mostrar visualmente (e sonoramente) as emoções. É muito difícil passar isso em um filme. É muito mais difícil aceitar um longa desse tipo. É justamente por isso que a película não tem cenas bem definidas.

Muitos momentos do filme são puramente fotográficos. Para quem aprecia a arte, o filme é um prato cheio. Ao mesmo tempo, os sons ambientes, músicas e diferentes idiomas servem perfeitamente para dar o tom dramático e romântico (claro, não é romance que vemos em outros filmes de Hollywood).

É curioso ver ainda que o elenco não está ali para desempenhar um papel crucial. Apesar de alguns nomes muito conhecidos, Malick não usa as atuações para impressionar. A ideia é mostrar pessoas comuns e rostos conhecidos são ainda melhor para isso, mostram que até mesmo grandes personalidades lidam com este difícil sentimento.

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No meio de tanto amor, a única coisa que quebra o ritmo é a história do Padre Quintana, todavia, é bom notar que mesmo apelando pra religião, Malick continua tratando de amor, amor pelo próximo, amor por Cristo e amor pela vocação.

Para mim, o filme é mais uma demonstração de que o cineasta tem um dom incrível e consegue criar obras belíssimas apelando para recursos bem incomuns. Certamente, não é fácil assistir a “Amor Pleno”, mas apreciar as imagens e o empenho nesta retratação do amor é algo que vale muito a pena.

Crítica do filme Truque de Mestre | Uma cartola com poucas surpresas

Em "Truque de Mestre", quatro mágicos – Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Dave Franco e Isla Fisher – que antes faziam pequenas apresentações de rua são chamados para formar um grupo capaz de impressionar grandes plateias e dar espetáculos com números inusitados.

Fazer um elefante desparecer é fácil, mas que tal realizar um show em Las Vegas e conseguir roubar um banco de Paris? Esse é o nível da mágica que “Os Quatro Cavaleiros” estão prontos para apresentar o mundo. A ideia dá certo e eles conquistam os fãs, mas o crime cometido (o qual é difícil de provar) acaba colocando a polícia – Mark Ruffalo – no encalce deles.

Filmes com truques de mágica não são novidade, mas é claro que o roteiro pode fazer toda a diferença. No caso de “Truque de Mestre”, a história é bem contada e as reviravoltas nos mantêm atentos para ver se a polícia consegue passar um passo à frente dos mágicos. O filme em si não é tão sério, mas alguns desleixos na hora de conta a história podem incomodar.

É bom notar que boa parte do longa se sustenta no elenco que conta com grandes nomes. Os destaques ficam para o genial Morgan Freeman, que em muitos momentos parece narrar um documentário do Discovery Channel, e para Mark Ruffalo – o qual eu, particularmente, não gosto – que se esforça para manter o papel principal.

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Apesar dos grandes nomes, algo que me surpreendeu foi Dave Franco e a participação especial de Michael Kelly. Esse segundo é um ator da série House of Cards que aqui faz apenas uma pontinha, mas que me deixou contente. Dave, o garoto novato nas mágicas (e nos filmes bons), manda muito bem nas cenas de ação e mostra que tem certo talento para a coisa.

Uma coisa que eu gostei muito foi a mudança de cenário constante. A fotografia do filme não é das mais belas, mas ela é ousada e muito diversificada. O resultado é um longa-metragem que não cansa e consegue manter o ritmo frenético das mágicas e das perseguições. Infelizmente, a trilha não me impressionou desta vez. A música é ok, mas não ajuda muito.

Para mim, o filme lembra muito um grande show do saudoso Mister M., mas isso não é algo que possa desqualificar a proposta do projeto. No fim, o que faz de “Truque de Mestre” ser apenas um filme bom – ele teria potencial para ser ótimo – é a falta de ineditismo e a vagueza no rumo de algumas coisas.

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Descobrir o real papel dos mágicos (que na película vão ser ainda mais diferentes do que os que conhecemos na vida real) é um pouco decepcionante, mas faz parte do show. Para mim, o longa não tinha muitas cartas na manga, o que acabou deixando o espetáculo um pouco previsível.