Critica do filme O Ritual (2017) | Não veja o trailer. Vivencie o filme

O Ritual (2017) é um dos melhores filmes de terror de 2018 que você ainda não viu. Em um ano que o gênero conseguiu apresentar vários títulos interessantes, começando com Um Lugar Silencioso, passando por Hereditário, Halloween e A Casa do Medo - Incidente em Ghostland e o recente Caixa de Pássaros, não é de se espantar que O Ritual (2017) tenha passado despercebido pela maioria.

Produzido por Andy Serkis (o Gollum em pessoa) o filme conta com uma história fechada, atuações sólidas e uma direção inspirada de David Bruckner. O diretor, que já mostrava potencial com os “curtas” Amateur Night (presente na coletânea de terror V/H/S) e The Accident (da antologia Southbound), constrói um filme tenso que chama a atenção, inclusive do “oscarizado” Guillermo del Toro — que foi ao Twiter para recomendar o filme.

Sem grandes floreios, Bruckner aposta no talento do seu elenco e na construção da atmosfera para apresentar uma combinação rara e inteligente de suspense psicológico e terror sobrenatural. O Ritual (2017) merece muito mais destaque do que recebeu e é certamente um dos melhores títulos do gênero lançados em 2018.

A bruxa de Sarek

No roteiro assinado por Joe Barton, que por sua vez é baseado em um romance de Adam Nevill, acompanhamos um grupo de velhos amigos tendo problemas durante uma trilha no norte da Suécia, mas a história não começa aqui. Já na sequência inicial temos uma boa ideia de como Bruckner acumula níveis de tensão em suas cenas, sem entregar nenhuma surpresa, retornarmos para a trilha remota na Suécia.

É difícil falar algum detalhe da história sem entregar as grandes surpresas do roteiro, assim, basta dizer que acompanhamos os amigos Phil (Arsher Ali), Dom (Sam Troughton), Hutch (Robert James-Collier) e Luke (Rafe Spall) que fazem uma espécie de peregrinação pela famosa “Trilha do Rei” (Kungsleden), no Parque Nacional de Sarek. Como era de se esperar de britânicos de meia idade, alguém logo se machuca e as coisas começam a piorar exponencialmente.

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Para encurtar a caminhada de volta à civilização o grupo resolve sair da trilha e cortar caminho atravessando uma floresta. Não demora muito para perceberem porque a trilha contorna a mata fechada. Estranhas inscrições nas árvores e outros presságios agourentes são apenas o prelúdio do que está por vir.

A noite cai e junto com a escuridão uma chuva torrencial, oferecem a combinação perfeita para empurrar nossos incautos protagonistas para dentro de uma cabana isolada abandonada no meio da mata. É aqui que as coisas começam a ficar realmente perturbadoras. Depois de uma noite repleta de pesadelos, o grupo sente que está sendo seguido e algo está à espreita. Entre o medo e os conflitos pessoais emergentes, o grupo fica cada vez mais vulnerável. 

Dosagem homeopática

O verdadeiro talento de David Bruckner está em sua delicadeza, na dosagem e manipulação dos “ingredientes” do filme. Com a racionalização dos medos dos protagonistas e do espectador, o diretor se aproveita da paisagem taciturna para conferir mais suspense a narrativa e explora dramas pessoas para criar uma trama evocativa de temas Lovecraftianos.

Mostrando apenas o necessário para aguçar a curiosidade do espectador, Bruckner nos prende dentro do filme, nos forçando a buscar informações esparsas sobre o que realmente está acontecendo. Com um ritmo muito mais lento do que a maioria dos títulos do gênero, o diretor realmente mostra domínio sobre a história escolhendo seus momentos e guardando o melhor para o final. 

Além da direção inspirada, O Ritual (2017) também conta com um elenco muito capaz. Arsher Ali, Sam Troughton, Robert James-Collier e Rafe Spall apresentam o misto necessário de dramaticidade e angustia. O destaque fica para Rafe Spall — o britânico veterano de Todo Mundo Quase Morto, Prometheus e do vindouro MIB: Internacional — que na pele de Luke carrega a narrativa e equilibra bem, medo e desespero.

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Os Grandes Antigos

Na tradição de H. P. Lovecraft, David Bruckner explora como a sanidade é algo volátil e como “monstros” pessoas podem ser tão assustadores quanto os sobrenaturais. O Ritual (2017) pode não ser um dos maiores títulos do ano, mas é seguramente um dos melhores filmes de terror de 2018.

Bruckner apresenta um estilo próprio que brinca com o found footage sem a pretensão documental

Sem grandes investimentos, a produção — que teve lançamento internacional via Netflix — agrada sem fazer algazarra. Contando com um roteiro bem amarrado, atuações convincentes e um diretor novo e talentoso, que brinca inteligentemente com o subgênero dos “filmes perdidos” e cria um estilo que bebe dessa fonte, mas não cai nas armadilhas “pseudodocumental”, O Ritual (2017) é uma ótima pedida para quem ainda busca mais um bom filme de terror antes que o ano acabe.

Direto pra Netflix! “Aniquilação” tem sua exibição aniquilada dos cinemas

Divulgado há cerca de quatro meses, o filme “Aniquilação” chamou a atenção dos aficionados por ficção científica. Seja pelo elenco expressivo ou pela história com novidades atraentes, o título tinha data de estreia programada para o fim do mês de fevereiro, mas tudo mudou de forma inesperada com um anúncio da Netflix.

De acordo com o trailer publicado ontem, no canal do YouTube da própria Netflix, a produção da Paramount Pictures, Skydance Media, DNA Films e Scott Rudin Productions chega ao Brasil somente no dia 12 de março e, curiosamente, diretamente na Netflix. Outra novidade que nos deixou bastante surpresos foi o anúncio com letras garrafais: uma produção Netflix.

A distribuição aparenta ser um acordo entre as empresas, mas o selo de “Original Netflix” aqui não representa que o filme foi produzido pela famosa companhia de streaming. Ao que tudo indica, a Netflix apenas obteve os direitos exclusivos para distribuição em sua plataforma, mas é uma pena para os fãs que estavam ansiosos para ver o longa-metragem na telona.

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O filme dirigido e roteirizado por Alex Garland (de “Ex Machina: Instinto Artificial”), nos mostra a história de Lena (Nathalie Portman), uma bióloga que decide embarcar numa expedição rumo ao desconhecido: através de uma barreira que vem deixando o mundo todo curioso. As leis da natureza não se aplicam, as criaturas neste lugar são distintas e o perigo é iminente.

Além de Portman, a produção traz no elenco nomes como Jennifer Jason Leigh, Tessa Thompson, Oscar Isaac, Gina Rodriguez e Benedict Wong. Então, enquanto você aguarda pela chegada do filme à Netflix, no dia 12 de março, vale conferir os trailers na ficha completa de “Aniquilação” aqui no site.

Você pretende assistir a este filme? Conta pra gente nos comentários.

Crítica do filme The Cloverfield Paradox | Futuro do pretérito do indicativo

A melhor maneira de se apreciar The Cloverfield Paradox é assisti-lo como The God Particle - nome utilizado durante a pré-produção do filme, e uma referência ao Bóson de Higgs. O filme mostra uma equipe de astronautas multiétnica a bordo de uma mega estação espacial/acelerador de partículas cujo único propósito é resolver uma crise energética na Terra que ameaça levar o planeta a uma nova guerra mundial.

As coisas não vão muito bem, até que os cientistas finalmente obtém sucesso disparando o acelerador e criando um feixe de energia capaz de alimentar a Terra ilimitadamente. Porém, como era de se esperar quando se tenta recriar as forças elementais do Big Bang em um filme de ficção científica, algo dá muito errado e a Terra simplesmente desaparece, e esse nem é o maior dos problemas da equipe que passa a lidar com situações cada vez mais estranhas até que a maioria morra ou fique perdida no espaço deixando apenas um ou dois sobreviventes no final.

Em suma, apesar de muitos clichês, The God Particle é um bom filme de ficção científica com toques de suspense e de quebra ainda conta com um elenco bem interessante. Com nomes de peso, temos um grupo diverso e inclusivo, com mulheres em papéis de destaque e afrodescendentes em posições de comando.

No entanto, não estamos falando de God Particle, mas sim de Cloverfield Paradox, e é aqui que as coisas ficam mais complexas. Carregando a bagagem da franquia Cloverfield, a nova produção, cuja estratégia de marketing surpreendeu a todos - haja vista que o filme foi revelado oficialmente apenas algumas horas antes da sua estreia mundial, diretamente no serviço de streaming Netflix - tomou para si o penoso trabalho de servir como “origem” para toda a saga.

Antologia do interesse

É importante ter em mente que a franquia Cloverfield se transformou em uma antologia de filmes independentes que compartilham o mesmo universo. O próprio título original, Cloverfield: Monstro opera em diferentes níveis sendo que a presença do “kaiju” é apenas um gancho para contar uma história que funcionaria em outro cenário, basta substituir o monstro gigantesco por um ataque terrorista e a trama correria da mesma forma, abordando os mesmos temas.

A máxima se prova verdadeira quando observamos o segundo título da série, Rua Cloverfield, 10, que só teve sua inserção na franquia confirmada pouco tempo antes de seu lançamento. Em Rua Cloverfield, 10, temos um suspense inquietante, perturbador e repleto de reviravoltas, tudo sem nenhuma conexão aparente com os eventos do primeiro filme.

O que nos traz até Cloverfield Paradox. Doug Jung (de Star Trek: Sem Fronteiras), roteirista do filme, explica que quando escreveu o seu filme não havia nenhuma referência aos outros Cloverfields. Tratava-se apenas de mais uma ficção científica, mas J.J. Abrams viu algo mais. O “Spielberg hipster”, percebeu a oportunidade de entregar uma espécie de prólogo, mostrando como as estranhas criaturas chegaram a Terra. Pronto, com algumas modificações na história The God Particle virou Cloverfield Paradox.

O filme tem vários elementos interessantes, mas por ser obrigado a se equilibrar nas costas da franquia Cloverfield muito acaba se perdendo. Algumas inserções do roteiro são apressadas e mal elaboradas, resultando em um filme esquizofrênico, que não encontra sua verdadeira personalidade.

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Um viva para a diversidade

Se o roteiro sofre com alguns altos e baixos, as atuações se mantém em um nível superior, sem decair. A diretora Ava DuVernay (de Selma - Uma Luta Pela Igualdade) elogiou as escolhas de elenco, não apenas por incluir afrodescendentes em posições de destaque, incluindo atrás das câmeras na cadeira de diretor, mas também por contar com uma mulher protagonista.

Por sinal, Gugu Mbatha-Raw (do episódio San Junípero de Black Mirror) é o destaque em todos os sentidos. A atriz entrega uma atuação sólida sem cair no precipício melodramático que seu personagem transita perigosamente. No elenco ainda temos o sempre intenso Daniel Brühl (Bastardos Inglórios), o carismático David Oyelowo (de Selma) e Chris O'Dowd (Missão Madrinha de Casamento), que consegue entregar humor mesmo nos momentos mais tensos.

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Paradoxo Cloverfield

Com uma premissa interessante e um desenvolvimento pouco original, Cloverfield Paradox tem seus momentos, mas nunca alcança todo seu potencial. Está cada vez mais claro que toda a franquia Cloverfield não passa de um laboratório de talentos da Bad Robot.

O principal defeito são as tentativas de se reescrever a história para que a trama se encaixe dentro desse universo, eis o verdadeiro Paradoxo Cloverfield.

A companhia de produção de J.J. Abrams já está suficientemente solidificada no mercado para poder experimentar novos projetos e, ao carimbar o selo Cloverfield, ela consegue “vender” roteiros que passariam despercebidos se não tivessem um diferencial comercial. Cloverfield Paradox é o capítulo mais fraco da antologia, o que de maneira alguma significa que se trata de um filme ruim. 

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Ajustando sua visão para esse fato, The Cloverfield Paradox é um filme mediano que até consegue prender a atenção dos fãs do gênero. No final das contas é uma boa adição ao catálogo da Netflix, mas certamente teria problemas brigando por espectadores nas salas de cinema.

Preparem-se! "Frozen: Uma Aventura Congelante" chega em outubro à Netflix

Vocês querem brincar na neve? Atenção papais e mamães, vocês estão preparados para nunca mais desconectar a Netflix? Porque é isso que vai acontecer quando chegar o dia 15 de outubro. Isso porque, nessa data, é chega à plataforma de streaming uma das animações mais encantadoras de crianças de todos os tempos: "Frozen: Uma Aventura Congelante".

Anna, Elza, o boneco de neve Olaf e toda a galerinha do reino mais gelado de todos os tempos estão prontos para enfrentar todos os desafios necessários para salvar o reino e garantir o bem-estar dos súditos.

No mês das crianças, a Netflix também vai trazer "Shaun, o Carneiro", animação britânica indicada ao Oscar em 2016. Baseada na série de mesmo nome, Shaun conta a história do jovem carneirinho que vive em uma fazenda onde, ao lado de seu amigo cachorro, tenta resolver problemas do dia a dia sem ser pêgo pelo fazendeiro.

Além das animações, a Netflix também já anunciou a chegada de vários outros títulos de sucesso dos últimos meses. "Ao Cair da Noite", "Ouro" e "Evereste" estão entre as novidades pra você ficar de olho. Isso se as crianças deixarem você pausar o desenho!

Episódio "San Junipero", de Black Mirror, leva Emmy de melhor filme para TV

A cerimônia de entrega do Emmy Awards aconteceu nesse domingo (17/09), movimentando a galera de Hollywood em um verdadeiro meme generator de indiretas para o Trump. Dominada pela minissérie “Big Little Lies”, a premiação também reconheceu alguns longa-metragens feitos para a TV – de forma a não concorrer com o Oscar.

Porém, nessa categoria de filmes para a TV, quem brilhou neste ano foram as séries. O grande vencedor foi o episódio San Junipero, da série britânica "Black Mirror", que também levou Melhor Roteiro em Minissérie ou Filme Feito para a TV, para Charlie Brooker – deixando para trás até mesmo a grande vencedora da noite, “Big Little Lies”.

Também concorriam na categoria “Dolly Parton's Christmas of Many Colors: Circle of Love”, “Sherlock: "The Lying Detective", “A Vida Imortal de Henrietta Lacks” e “O Mago das Mentiras”.

"Black Mirror" é uma série produzida atualmente pela Netflix, em que cada episódio conta uma história diferente e completamente sem conexão com os demais. Em comum, eles têm apenas as temáticas ligadas ao lado sombrio do ser humano, à tecnologia e a realidades disruptivas.

O vencedor do Emmy, "San Junipero", conta a história de duas jovens - a tímida Yorkie (Mackenzie Davis) e a extrovertida Kelly (Gugu Mbatha-Raw) - que vivem em um mundo onde é possível se mover através dos anos. Iniciada em 1987, a história se passa na praia de San Junipero, que dá nome ao episódio, que tem quase uma hora.

Invasão Zumbi, Jurassic World e Fome de Poder e muito mais na Netflix em julho

Mais uma virada de mês que chega com novidades no catálogo do site de streaming que mais ferve no Brasil. E, outra vez, a galera da Netflix preparou um vídeo engraçacinho pra divulgar o lançamento.

A gente listou abaixo quais serão as estreias - algumas delas inclusive filmes que acabaram de sair dos cinemas! - e quais são as datas em que devem estar disponíveis. Confere aí!

Invasão Zumbi

01 de Julho

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Um surto viral misterioso deixa a Coréia em estado de emergência. Com um vírus não identificado se alastrando pelo país, o governo Coreano declara lei marcial. Enquanto isso, no trem expresso para Busan, um pai luta contra todas as adversidades para manter sua filha a salvo de toda a destruição.

Leia a crítica do filme "Invasão Zumbi"

Bob Esponja: Um Herói fora da água

01 de Julho

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Bob Esponja sai da água para nosso mundo para viver sua mais heróica aventura.Na história do filme, um pirata que possui um livro mágico tem o poder de realizar qualquer plano maligno que esteja escrito em suas páginas. Porém, o livro está incompleto, e a última página está no fundo do oceano, sendo protegida por um herói lendário... Bob Esponja!

Para salvar seu mundo, Bob Esponja e seus amigos precisam vir para o nosso mundo, o mundo 3D! E como se só isso não fosse o suficiente, eles adquirem superpoderes para tentar combater o pirata maligno.

Leia a crítica do filme "Bob Esponja: Um Herói fora da água"

Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros

09 de Julho

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O parque abre suas portas novamente. Vinte e dois anos depois dos acontecimento de Jurassic Park (o clássico dirigido por Steven Spielberg), Isla Nublar agora apresenta um parque temático de dinossauros totalmente funcional, conhecido como Jurassic World, o qual foi originalmente pensado por John Hammond.

Leia a crítica do filme "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros"

Fome de Poder

11 de Julho

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Ray Kroc (Michael Keaton) é um vendedor do estado de Illinois, nos Estados Unidos, que conhece Mac e Dick McDonald e fica impressionado com a velocidade com que os irmãos operam uma hamburgueria no Sul da Califórnia nos anos 50. Kroc vê potencial para a criação de uma franquia e adquire uma participação nos negócios. Pouco a pouco ele assume a rede, transformando a marca McDonald’s em uma das mais expressivas do império alimentício.

O Mínimo para Viver

14 de Julho

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Relutantemente, uma jovem com anorexia aceita um tratamento alternativo e acaba conhecendo outros pacientes que enfrentam transtornos alimentares. A garota acaba embarcando em uma emocionante jornada de autodescoberta em um grupo liderado por um médico pouco convencional.

A Incrível Jessica James

28 de Julho

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Arrasada após terminar um relacionamento, uma dramaturga de Nova Iorque tem uma ligação improvável com um desenvolvedor de aplicativos divorciados que ela conhece em um encontro.

O Ano mais Violento

28 de Julho

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A história de um imigrante e de sua família tentando expandir os negócios e capitalizar oportunidades em meio ao inverno nova-iorquino de 1981, estatisticamente um dos anos mais violentos na história da cidade. Decadência, corrupção e rompantes são seus maiores adversários para evitar que tudo o que construíram entre em colapso.