Crítica do filme Amazônia | É, é para crianças, caras...

No próximo dia 26, o filme “Amazônia” chega aos cinemas brasileiros. Se você acompanha as notícias sobre cinema, já deve saber a produção mostra as aventuras de um pequeno macaquinho chamado Castanha. Ele vivia no Rio de Janeiro, mas é vendido para um circo e acaba abandonado na Floresta Amazônica quando o avião em que estava acaba caindo.

Logo de início, “Amazônia” mostra uma qualidade indiscutível, que é a beleza de suas imagens. Todas as cenas – e não há uma única exceção – são lindas de serem assistidas, sem tremidas, sem embaçados, com muitas cores vivas, closes, câmera lenta e filmagens de diferentes ângulos. Ou seja: é um show para os olhos.

Dessa maneira, você vai se encantar com as árvores enormes e antigas, assim como também vai acontecer com todos os animais e insetos mostrados. A Amazônia é realmente um lugar intenso e bem interessante, sendo que ela merece ser mostrada com toda a qualidade de imagem do filme. Os responsáveis pelo projeto estão de parabéns por esse detalhe!

Um sério problema de enredo

A parte ruim de “Amazônia” é o simples fato de que ele não tem uma história que atrai o expectador e faz com que ele pergunte o que vai acontecer em seguida. No começo, você pensa que o enredo vai mostra a aventura de um macaco que se salva de um acidente de avião e volta para a sua dona no Rio de Janeiro, mas isso não acontece.

Depois disso, você começa a achar que essa é a história de como Castanha vai conseguir aprender tudo sobre a floresta, contando para você e todos os presentes no cinema quais são aquelas raças de animais, quais são as plantas que podem ser comidas, quais os perigos e os benefícios da floresta. No entanto, isso também não acontece.

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Em um terceiro momento, você começa a imaginar que este é um romance de um macaco urbano com uma fêmea selvagem, que ele vai salvar o bando da sua amada e entrar gloriosamente para esta família peluda. No fim das contas, não é exatamente isso que acontece – só não explico melhor para não contar a você o final de toda a produção.

Desse modo, você passa cerca de 1h30 sem saber direito o que está acontecendo. No fim das contas, é praticamente uma apresentação gigante de slides lindos sobre a Floresta Amazônica, algo que não deve ser visto em uma sala de cinema.

Ok, mas tem o seu público

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Apesar desse defeito bem grave de história, não posso ser injusto com “Amazônia”. A dublagem de Lúcio Mauro Filho é realmente boa, assim como os momentos em que Isabelle Drummond participa. Acontece que toda a produção é voltada para crianças pequenas, mas as realmente pequenas, entende?

Se você tem um filho, um irmão ou um sobrinho de até 10 anos, ele certamente vai se encantar com as imagens bonitas pra cacete, não vai se importar com os problemas de história e ainda vai querer saber o que acontece com o macaquinho gente fina que aparece na tela grandona. Agora, se ele já tiver passado da quarta ou quinta série, é bem provável que ele fique entediado depois de uns vinte minutos.

Levando em consideração tudo isso, “Amazônia” é um ótimo filme para fazer uma média com os pequenos e também para ajuda-los a se interessar pela natureza e ensiná-los que é importante preservá-la - e isso é realmente necessário. 

Crítica do filme Como Treinar o seu Dragão 2 | Por um Mundo com mais Dragões!

Desde pequeno, eu sempre achei que dragões eram seres simplesmente fascinantes pra caralho. Afinal de contas, eles são mágicos, às vezes imortais, praticamente invencíveis, que voam e lançam fogo pela boca. E, se você é um personagem sortudo de histórias de fantasia, tem a chance de ser um cavaleiro e aproveitar todas essas qualidades – além de fazer um amigo pra vida toda, é claro.

É por conta disso que eu fui assistir ao primeiro “Como Treinar seu Dragão” com o coração aberto e tive uma surpresa danada de boa, tanto que eu sempre assisto quando acaba passando na televisão. Considero uma animação de histórica rica, bem feita e cheia de detalhes, motivos pelos quais eu repeti a dose de otimismo na sequência dessa aventura.

Dito tudo isso, puta que pariu, como eu me surpreendi com um filme tão bacana e gostoso de assistir. Sendo assim, sigam-me os bons que eu vou explicar toda a minha opinião sobre “Como Treinar o seu Dragão 2”!

Aqueles laços que nos unem...

Pra começar, eu preciso dizer para vocês este é um filme sobre famílias. Desde o começo da animação, Soluço entra em conflito com o seu pai, Estoico. Isso porque o rapaz tem 20 anos e está tentando encontrar o seu lugar no mundo, assim como todas as pessoas da sua idade fazem no mundo real. Enquanto isso, o seu pai é capaz de ver dentro do próprio filho e tenta dar conselhos para ele.

Tudo isso aproxima o expectador da história do filme logo no começo, já que todos nós, de uma maneira ou outra, somos filhos e nos desentendemos com os pais. E produções com pés no chão, por mais fantasiosas que sejam, são sempre boas, causam identificação. Dessa maneira, fica claro rapidamente que “Como Treinar seu Dragão 2” é mais do que fogo, gente voando, dragões e aqueles ‘massavéio’ de sempre.

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Além disso, a facilidade com que Estoico perdoa a sua esposa pelo chá de sumiço tomado por 20 longos anos emociona – na moral, você vai ficar com lágrimas nos olhos quando ver toda a cena, eu fiquei. Afinal de contas, essa parte mostra que o amor é paciente, bonito e altruísta, sendo que esse casamento de mentirinha toca mais do que muito romance live-action que você assiste por aí.

Por fim, toda a trama de proteção da vila (Berk, nome legal, parece arroto) e dos dragões mostra que família também pode ser muito mais do que laços de sangue. Família consiste em todos os seres pelos quais nós temos amor, não importando se elas são parecidas com você ou não. Não sei se me fiz claro, mas é assim que me senti ao assistir ao filme.

Uma aula sobre respeito

Por incrível que pareça, o relacionamento entre humanos e dragões pode traçar um paralelo muito interessante. A maneira como as pessoas tratam e aceitam esses animais brutos, inteligentes e cheios de pontas que machucam pode ser comparado ao respeito direcionado às minorias da sociedade.

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É só a gente parar pra pensar um pouco. Antigamente, em Berk, os dragões eram marginalizados, tidos como pragas, não eram respeitados e mortos aos montes. No entanto, eles eram apenas incompreendidos. Dadas as devidas proporções, não há como não pensar em dragões como pessoas de orientações sexuais, cores, credos e capacidades físicas diferentes das da maioria.

No fim, tudo o que podemos fazer é conhecer, ter respeito, aceitar que a diferença é aquilo que nos iguala. Talvez eu esteja sendo profundo demais com algo raso, talvez esse não seja o propósito no filme, mas considero no mínimo interessante pensar dessa maneira.

Vamos concluir, finalmente...

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Se você não quis ler todo o texto e pulou para a conclusão, vou resumir tudo o que eu penso – mas você vai perder detalhes bem importantes, esteja avisado. “Como Treinar o seu Dragão 2” é um filme inteligente pra cacete. Ele é capaz de atrair crianças com dragões que parecem uma mistura de cães e gatos com asas, ambientes muito coloridos e ricamente compostos, muita ação, velocidade e voos. É pra deixar hiperativos contentes.

A animação também é capaz de atrair adultos por conta de várias nuances complexas de enredo, uma qualidade muito alta de produção e um ritmo bacana de acontecimentos – e volto a repetir, você terá lágrimas nos seus olhos em pelo menos dois momentos, isso se você for o mais durão dos caras. Sendo assim, essa continuação certamente vale o dinheiro da sua entrada, da pipoca, do refrigerante e do docinho. É sério, é do caralho. Confie em mim.

 O único defeito que eu posso citar é que uma das batalhas acontece sem nenhuma explicação, você não sabe como os oponentes de encontram e isso incomoda um pouco. Mas, no meio de tanta coisa bacana, de tanta qualidade, você vai esquecer disso. No fim, vai ser um dia todo com aquele pensamento na cabeça: COMO EU QUERIA TER UM DRAGÃO, PUTA MERDA!

Crítica do filme Transcendence - A Revolução | A tecnologia tem suas falhas

A tecnologia é um assunto geralmente abordado com superficialidade em muitos filmes. Talvez por conta da complexidade do tema (o que pode dificultar a explicação de partes da trama) ou por simples medo de entrar em uma área que pode ser meio controversa, muitos roteiristas evitam mergulhar de cabeça no tema.

Em “Transcendence - A Revolução” (o subtítulo é totalmente desnecessário), o roteirista novato Jack Paglen tenta criar uma trama que é toda baseada em um futuro tecnológico, em que os computadores chegaram a um nível surpreendente de evolução (sendo que já temos até mesmo a computação quântica bem funcional).

O protagonista da história é o Dr. Will Caster (Johnny Depp), um verdadeiro gênio na área de pesquisa da inteligência artificial que criou uma máquina impressionante chamada PINN. Ele é casado com a Dra. Evelyn, que sonha em transformar o mundo em um lugar melhor.

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As pesquisas dos dois vão muito bem, mas de repente um grupo antitecnologia começa a destruir esses projetos com medo de que os cientistas não possam freá-los e acabem prejudicando a humanidade. Num desses atentados, o Dr. Will acaba sendo atingido por uma bala e logo tem seus dias contados.

Mas e se for possível usar toda essa tecnologia avançada para salvá-lo? O filme propõe justamente essa transposição de mente de um corpo humano para uma máquina — uma ideia que não é tão absurda e que a ciência realmente estuda. O experimento dá certo (e isso não é spoiler, pois no trailer você vai saber muito mais) e daqui para frente é que o caldo desanda.

Vamos falar de tecnologia

“Transcendence - A Revolução” é o tipo do filme que consegue atrair o expectador pelas ideias geniais que propõe em seu trailer. De fato, toda a parte tecnológica do longa é muito bem trabalhada, sendo que o roteiro é bem construído (nessa parte em específico) e os fatos são apresentados de forma que a plateia consegue acompanhar as explicações e reviravoltas.

A tecnologia é realmente avançada, mas ainda é muito pé no chão. Muito do que é mostrado no filme são avanços que hoje ainda são apenas teorias. Não há nada de muito extraordinário em um primeiro momento, sendo que podemos aceitar muito bem todo o avanço da inteligência artificial e a transcendência (a transferência da mente humana para a máquina), visto que a computação quântica pode realmente nos levar a lugares surpreendentes.

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Aos poucos, o filme tenta dar alguns saltos na tecnologia, graças à evolução de Will Caster enquanto máquina. Primeiro, ele quer se conectar a rede mundial de computadores, depois quer criar melhorias para os humanos e aos poucos, o doutor some e a tecnologia assume o papel de vilão (e isso também não é spoiler, porque você já viu no trailer).

Esse negócio de querer controlar os humanos, ser autossuficiente, evoluir sem parar, buscar a perfeição, etc. são aspectos que já vimos em outras inteligências artificiais de outros filmes. A novidade aqui é que o Dr. Will Caster vai muito além de várias ideias que já vimos em outros filmes. Toda essa parte é extremamente bem-vinda e bem elaborada.

Apesar das falhas, ainda é um filme de qualidade

Johnny Depp é o grande nome da película, mas, ainda que seja o elemento principal para todo o desenrolar, ele não é o protagonista. É complicado comentar sobre a atuação do ator, pois seu papel é um bocado robótico. Isso deixa dúvidas se ele apenas seguiu o script ou se  está apenas sendo o Depp — que já não vem se destacando há algum tempo.

Rebecca Hall, que podemos considerar como a personagem principal, é que acaba surpreendendo. Quer dizer, seu papel é de uma moça apaixonada que faz muita burrice, mas ela consegue expressar bem a confusão interna da Dra. Evelyn e encarar o papel de forma natural. Quer dizer, em minha opinião, não teria muito como encarar uma situação como a do filme de uma forma muito diferente.

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O restante do elenco é meia boca, com a exceção de Morgan Freeman (que faz piadinhas e tem uma voz sensacional, então já leva pontos por isso) e Cillian Murphy, que também consegue convencer no papel de agente do governo. Kate Mara e sua turma são bem razoáveis, mas dá pra relevar.

O que não dá pra relevar são as ideias e ações do grupo antitecnologia. Ainda que eles tenham um fundamento por trás de suas atitudes, o grupinho demora muito para fazer alguma coisa (algo que possivelmente foi uma falha danada de roteiro). Durante o filme, é capaz que você nem note isso, mas, depois, se você parar pra pensar, muita coisa poderia ser diferente e deixar o filme mais conciso e coerente.

O diretor estreante Wally Pfister (que é diretor de fotografia em todos os filmes de Christopher Nolan) acertou em muitas coisas. As cenas em slow motion, as jogadas de câmera e a condução do roteiro são notáveis. Como ele estava encarregado da direção, desta vez ele não foi o responsável pela direção de fotografia, sendo que Jess Hall conseguiu bons cenários para a execução do longa-metragem. O filme é bonito mesmo.

Eu, como grande apaixonado por trilhas sonoras, fiquei maravilhado com o incrível trabalho do senhor Mychael Danna (que já tem algumas dezenas de composições em sua carreira, incluindo a trilha de As Aventuras de Pi). As músicas são perfeitas para o clima tecnológico da película e, de alguma forma, elas me lembraram de muitos sons de Solaris. Imersiva e cativante, a sonoridade do filme faz muita diferença!

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No fim, “Transcendence - A Revolução” tem sim algumas falhas desnecessárias em sua história.  Muitas cenas de encerramento são confusas e parece mesmo que o roteirista deixou parte do trabalho para um estagiário.

Boa parte da lógica é jogada no lixo, algumas falas são tiradas do nada e há muita coisa que acaba ficando desconexa. Se você gosta de tecnologia, vá ver o filme no cinema, porque tem efeitos legais e assim você não sofre com spoilers. Do contrário, aguarde até que passe nos canais da TV a cabo.

Para concluir, preciso dizer que para um primeiro trabalho de Wally Pfister, o filme está de bom tamanho.

"Transcendence - A Revolução" estreia nesta quinta-feira, dia 19 de junho.

Crítica do filme 13º Distrito | Parkour e drogas no último filme de Paul Walker

13º Distrito (Brick Mansions no original) é um filme Franco-Canadense dirigido por Camille Delamarre, com roteiro de Luc Besson e Bibi Naceri,  e é um remake do filme francês conhecido como B13 - 13º Distrito (Banlieue 13 no original).

Os destaques do filme são Paul Walker, famoso pela franquia Velozes e Furiosos, e David Belle, que além de ator, coreógrafo e dublê, é o cara que inventou o Parkour. Pra quem não sabe, é aquele esporte em que é preciso superar obstáculos da forma mais ágil e maluca possível, correndo, dando cambalhota, subindo nos muros e fugindo da polícia.  

Vou falar logo que eu prefiro o filme orginal, sem o Paul Walker e com maior destaque nas acrobacias de David Belle. Mas a história de Brick Mansions segue a mesma estrutura, com diversas cenas refeitas. O 13º Distrito que empresta o nome ao filme é um bairro de periferia totalmente abandonado pela prefeitura da cidade de Detroid.

O tráfico de drogas e a violência dominan o lugar, e o bairro é cercado de muros altos e vigiado por militares o tempo todo, praticamente uma prisão. Lino (David Belle) é um ex-drogado que resolveu combater o tráfico, roubando e destruindo as drogas. Obviamente os traficantes odeiam ele e tentam pegá-lo para se vingar, mas ele acaba usando o parkour pra fugir, e essas são as cenas mais impressionantes.

Enquanto isso Damien Collier (Paul Walker) é um policial anti-drogas cujo objetivo também é caçar todos os grandes traficantes de Detroid, e por isso age infiltrado nas gangues. O que nos leva a Tremaine Alexander (RZA), o chefão de Brick Mansions, que tanto Lino quanto Damien odeiam por motivos pessoais. 

O fato da voz de David Belle ter sido dublada incomoda um pouco, pois o ator é francês e não fala inglês fluente. Porém, sua atuação é bem decente, juntamente com a de Paul Walker, Tremaine (RZA) e seu capanga K-2 (Gouchy Boy). Esses últimos fazem bem o papel de criminosos, de uma forma bem descontraída e divertida, mas os outros atores decepcionam um pouco, soando muito artificiais.  

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Aliás, o filme todo deve ser levado da forma mais descontraída possível. Os mais chatos atentos vão perceber que em muitos momentos as ações não fazem sentido, mas é tudo pro filme fluir melhor sem perder o ritmo. 

Como não podia deixar de ser, o filme é cheio de fugas alucinadas com carros estilosos, pois é isso que Paul Walker gosta. A maior parte dessas cenas é desnecessária, assim como muitos personagens. O elenco feminino e suas ações são muito estranhas, como a personagem Rayza (Ayisha Issa), uma das capangas de Tremaine que é sadomasoquista e quer se aproveitar da namorada de Lino. 

A trilha e os efeitos sonoros estão bem no padrão do filmes hollywoodianos de ação, com todos os disparos de armas, batidas de carro e explosões. 

Brick Mansions tenta passar uma mensagem social dentro de um filme de ação, mas a mensagem acaba ficando meio escondida. Toda a questão das minorias ignoradas, as drogas e a violência nos bairros mais pobres e como a sociedade prefere "olhar pro lado pra não ver" estão ali, mas é preciso prestar atenção para perceber isso.

Crítica do filme Vizinhos | Muitas risadas, drogas e família

Na quinta-feira da semana que vem, dia que eu também gosto de chamar de 19 de junho, o filme chamado “Vizinhos” vai estrear em todos os cinemas brasileiros. Caso você ainda não saiba muita coisa sobra a produção, aqui vai um resumo ligeirão: Mac (Seth Rogen, “Besouro Verde”) e Kelly Radner (Rose Byrne, “X-Men: Primeira Classe”) são um casal de jovens que têm uma filha pequena.

Ao contrário de seus amigos, eles têm uma casa em uma rua tranquila, carros, empregos estáveis e construíram uma família. Por conta disso, eles não costumam sair com outras pessoas e estão entediados com essa vida de adulto mais velho. Acontece que Teddy Sanders (Zac Efron) se muda com a sua fraternidade universitária para a casa ao lado – ou seja: vai ter muita festa, barulho e putaria.

Por conta dos estilos diferentes de vida, o casal e a fraternidade vão acabar em uma pequena guerra de vontades, com direito a muita maconha, cogumelos (não do tipo que coloca no strogonoff) e gente sem camisa...

Agora, você já está preparado para saber o que este humilde rapaz achou desse tal de “Vizinhos”, não é? Então, preparem-se, rapaziada!

Uma comédia que é engraçada, cacete!

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Em primeiro lugar, desde o começo, “Vizinhos” se entrega ao expectador como uma comédia e não deixa que você se esqueça disso em nenhum momento. Por que? A resposta é simples: ao contrário da maioria das comédias que saem ultimamente, esta é realmente engraçada, fazendo com que você dê boas risadas do começo ao fim, nem que seja por conta de vergonha alheia – sério, a primeira cena já é bem foda!

A atuação se Seth Rogen é muito boa, ele encarna um pai um tanto quanto confuso de modo fenomenal e é o responsável por mais de metade das ótimas piadas mostradas durante o filme. Já Zac Efron me surpreendeu, pois ele foi bem divertido e ainda encarnou um universitário chapado, louco e cheio de raiva de maneira bem convincente, algo que me ajudou a perder o pouco do preconceito restante e originado daquele musical chato de colégio.

Rose Byrne também está de parabéns – e o ano inteiro, porque, amigos e amigas, que mulher bonita e charmosa, que sotaque australiano lindo de ouvir. No começo, ela parece ser a ponta de sanidade na briga entre os personagens, mas ela só fica mais engraçada e porra louca com o passar do tempo, agregando ainda mais.

Além de tudo isso, todos os coadjuvantes expressivos foram muito bem e arrancaram alguma risada de mim em algum momento, mesmo que sem querer. Tudo isso resultou em um humor bacana, de ritmo bom e que funciona; simples assim.

Respeite os seus momentos

Por trás de toda essa comédia meio frenética, há um questionamento bacana. Não vou descrever as cenas que é pra não dar spoiler de piada – o pior spoiler que existe - , mas a questão é que precisamos respeitar o momento em que estamos nas nossas vidas. Afinal de contas, toda escolha também significa ter que enfrentar alguma renúncia. É assim que as coisas funcionam, até que a gente morre, não é?

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Em outras palavras, se temos família, cuidamos dela. Se somos universitários, precisamos estudar e construir um futuro – e participar de festas e algumas loucuras, é claro. Se somos divorciados, saímos. Se queremos reatar, falamos com a pessoa. Tudo isso torna a vida teoricamente mais fácil, sem criar aquela impressão de que o “gramado do outro é mais verde”.

Tudo isso é mostrado de maneira bem simples, bem humorada e menos piegas do que estes dois últimos parágrafos.

Tá, não é perfeito...

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Depois de tudo isso, preciso dizer que constatei dois pequenos problemas em “Vizinhos”. O primeiro é o fato de que o conflito da trama começa de maneira meio psicótica demais, deixando você se perguntando “mas que porra é essa?”. No entanto, essa confusão dura pouco e tudo fica bem engraçado em questão de minutos.

Outro problema é que o meio do filme tem um ritmo um pouco lento comparado com o restante, fazendo com que você talvez se canse de toda a briga. Contudo, esse problema não chega a durar cinco minutos, já que há uma invertida na história e você vai acabar dando ótimas risadas até o fim de toda a treta.

Por fim, basta afirmar que você não vai sair da sala de cinema triste com essa história de vizinhos. Tem risada, gente bonita, um pouco de nudez, drogas, acidentes bizarros e uma trilha sonora boa de ouvir. Aproveitem, caras!

Crítica do filme Malévola | Então você terá medo...

“Malévola” foi um filme que, assim que soube que seria lançado, me empolgou muito. O longa estreou, não ouvi falar muito bem sobre, e meio que a contra gosto decidi ir. (Obrigada a você que me fez ir, muito obrigada, de verdade!)

Não me recordo direito de “A Bela Adormecida”. A história da princesa Aurora nunca me interessou muito. Sei que já assisti, mas faz muito tempo, e lembro pouquíssimo sobre o filme, mas, pelo pouco que me recordo, “Malévola” tem a mesma essência de “A Bela Adormecida” com algumas pequenas diferenças.

Assisti a todos os trailers do novo longa, e posso dizer que não dizem muita coisa sobre o filme — isso eu gostei muito. Em “Malévola”, somos apresentados à "bruxa" de "A Bela Adormecida" e acompanhamos sua vida desde a infância até ela se tornar a grande vilã do clássico Disney.

Malévola é uma fada (não é spoiler, quem assistiu a pelo menos um trailer, já sabe disso) que acreditou no amor verdadeiro e acabou sendo enganada por seu amado e essa desilusão acabou endurecendo seu coração.

Corroída pelo ódio e pela vingança, a fada do mal lança um poderoso feitiço sobre a recém-nascida princesa Aurora — filha do rei que cortou o coração da nossa querida Malévola. O rei então decide isolar a filha de seu mundo, para protegê-la do feitiço.

Em resumo a história é esta, não muda muito da original, mas digamos que dá para ter algumas surpresas no decorrer do filme.

Well, well

Agora, depois de assistir, ouso dizer que ninguém melhor que Angelina Jolie para interpretar o papel de Malévola. A voz, os olhos, a boca, tudo se encaixou. A atuação de Angelina neste longa me surpreendeu muito. Tinha perdido o gosto por ela, quando ela passou a fazer sempre filmes do mesmo estilo, em que era uma heroína que nunca se machucava ou morria.

Inclusive vale comentar que, claro, não somente por ela ser a protagonista, mas é a boa atuação dela que mantém o filme no ritmo, que “segura” o filme. Quem também merece destaque é a atriz Isobelle Molloy, que interpreta Malévola quando criança. É a coisa mais bonitinha ela de chifrinhos e asas.

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Falando em crianças, apenas a titulo de curiosidade, a menininha que pede colo a Malévola em uma das cenas é ninguém menos que Vivienne Jolie-Pitt — filhinha de Angelina e Brad de apenas 5 anos, que foi escolhida para o filme pois foi a única criança que não chorou ao ver a fada do mal. A jovem Aurora, interpretada por Elle Fanning, também não deixa a desejar, a atriz mandou muito bem como princesa.

Pensando nos detalhes

A caracterização da personagem título ficou muito boa. A maquiagem, os chifres, as bochechas protuberantes e as asas... O que são aquelas asas?! Lindas, enormes, assustadoras.

A trilha do filme também ficou excelente. James Newton Howard que foi o responsável está de parabéns. A escolha das músicas combinou perfeitamente com cada cena.

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De maneira geral, os efeitos do filme são ótimos. Assisti em 3D e amei cada detalhe, a fotografia, o figurino, tudo foi cuidadosamente escolhido. A computação gráfica aplicada na hora de criar os bichinhos do mundo de Moor e todo o colorido das fadas é muito bacana.

As três fadinhas

Como falei anteriormente, não me lembro de muito de "A Bela Adormecida", consequentemente, não me recordo muito das três fadinhas. Sim, elas também estão em "Malévola" e são as responsáveis por cuidar de Aurora quando o rei decide afastar a filha de seu mundo.

Confesso que sai do cinema pensativa quanto à função delas no filme. Elas fazem de tudo, menos cuidar de Aurora. A princesa some das vistas delas por diversas vezes no decorrer da história, e as três fadinhas nem sequer saem a sua procura, e não parecem preocupadas em questionar por onde ela andou.

A impressão que eu tive é que as três estão ali apenas para fazer um paralelo com o longa original, pois, na história de 1959, elas tem grande destaque (pelo pouco que me lembro) e quem já assistiu sentiria falta delas se não estivessem presentes no atual.

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Além de não fazerem muito sentido neste novo filme, as fadinhas estão feias, mal feitas, tanto quando estão pequenininhas e também quando estão grandes. A maquiagem está exagerada, o figurino parece precário e o tipo de humor que elas tentam fazer simplesmente "não cola".

É um filme para crianças?

Não, "Malévola" não é o filme mais indicado para quem procura um filme para levar o filho ao cinema. Também não vá ao cinema com a expectativa de que o longa será mais um ao estilo "conto de fadas Disney" que você vai sair decepcionado.

Claro que o longa tem o seu lado Disney, de passar uma boa mensagem, de ter uma moral e etc., mas ele foge completamente do clássico em geral.

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Como vocês puderam notar, meu desanimo inicial quanto ao filme, desapareceu, sai super empolgada do cinema e querendo muito ter uma Malévola para chamar de fada madrinha!

Ah, só pra constar, "Malévola" é bem melhor do que Alice!