Crítica do filme Predadores Assassinos | Eles vão te caçar até você cansar!

Não é preciso ser um cinéfilo para perceber que há um mar de filmes (e oportunidades de fazer dinheiro fácil) com criaturas marinhas aproveitando situações oportunas para encher suas respectivas panças ou simplesmente para caçar por diversão. Na verdade, essa onda de filmes com predadores selvagens começou há algumas décadas e teve grandes títulos como “Tubarão” que marcaram época.

Todavia, as marés nem sempre foram favoráveis para outros monstros considerados reis do mundo animal: os crocodilos. Há alguns exemplos de filmes protagonizados por répteis famintos, mas esses são exceções e não muito famosos. Assim, “Predadores Assassinos” chega para tentar conquistar seu lugar em águas internacionais e fazer uma moral com um público que já está cansado dos Sharknados.

Curiosamente, a distribuidora do filme até tenta esconder essa informação na sinopse oficial, mas o cartaz e o próprio trailer não omitem tal detalhe, o que na verdade vem a calhar para chamar a atenção da garotada que adora um bom filme de caçadores ferozes da natureza. Contudo, a tática de esconder ao máximo essa surpresa é um tanto óbvio: garantir o máximo de ineditismo para o público.

Uma coisa interessante foi a forma como o roteiro foi montado, aproveitando para criar uma trama coerente e para unir dois tipos de filme em um só. Tudo começa quando um furacão atinge a Flórida e Haley (Kaya Scodelario) ignora as ordens das autoridades e vai procurar seu pai desaparecido (Barry Pepper). Assim, os dois ficam presos na inundação e logo descobrem que a chuva é o menor dos problemas.

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Essa ideia de misturar desastre natural e criaturas sinistras num mesmo local pode parecer um tanto forçada, mas “Predadores Assassinos” tem suas táticas para nos convencer e o faz de forma inteligente para prender nossa atenção — e, depois de um tempo, isso nem importa, porque o negócio é ver a bicharada fazendo a festa. Para quem não quer muitos detalhes adicionais, vale dizer que este é um filme completo de monstrão e certamente a história envolta em sustos vai fisgar você!

À toa na Lagoa

Essencialmente, a sinopse acima resume bem toda a trama da película, de modo que os poucos minutos de introdução são apenas uma contextualização para o miolo do longa-metragem, que realmente foca na dinâmica entre caça e caçador. Assim, analisando do ponto de vista de roteiro, o filme “Predadores Assassinos” realmente não tem muito o que contar, já que a ideia é entreter pelo susto e não pela história.

A parte interessante desse processo de “encher linguiça” é que o filme realmente faz uma ponte legal entre os dois gêneros propostos (desastre e predadores). Para quem é fã de filmes nesses estilos, certamente a união das duas ideias vai parecer coerente e permitirá, ao menos, desfrutar de boas cenas em meio aos fortes ventos e à inundação que se mostra incessante a cada instante.

Agora, é importante frisar que está tudo bem criar uma história com um mínimo de argumentos para chegar num clímax que anime a plateia. O problema é que o script dos irmãos Rasmussem dá rodeios desnecessários (e mesmo espichando, o filme ainda fica curto) e constrói personagens de forma forçada para tentar convencer o público do porquê da dupla protagonista estar submersa nesta situação um tanto inusitada.

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Ok, eventualmente, alguns argumentos vão servir para desenvolver os protagonistas, mas não temos nada de genial no roteiro. Para falar a verdade, o uso de flashbacks e toda a trama familiar acaba sendo irritante mesmo, pois o público não quer saber disso e nem tem tempo para se afeiçoar aos dois, uma vez que não estamos tratando de personagens famosos.

Nadando de braços aberto no terror

Bom, se por um lado “Predadores Assassinos” se afoga aos poucos em bobeiras na história, por outro ângulo temos uma composição de terror bem diversificada e até inovadora em alguns pontos. Dada a prisão do script num mesmo lugar, o script tem algumas cenas bem ousadas, tanto do ponto de vista técnico quanto da premissa de criar sustos em momentos oportunos.

Além do timing preciso nas aparições dos monstros, o filme conta com uma montagem inteligente, que abusa da fotografia permeada por penumbras, bem como de lugares que ficam ocultos ao espectador. Tudo isso cria um clima de tensão constante, que parece nunca terminar, criando um grande clímax do meio do filme até o final.

Vale mencionar que as cenas mais assustadoras não abusam da técnica de jump scare, mas se valem da construção das situações inusitadas, que fazem com que tenhamos uma perspectiva bem ampla de tudo que está acontecendo. Uma coisa bacana é que o roteiro dá conta de trazer algumas explicações científicas, que permitem à plateia ter noção de para quais locais devem manter seus olhos fixos.

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E, no fim do dia, o filme “Predadores Assassinos” sabe brincar com o perigo, trazendo muitas cenas bem montadas (com bons efeitos visuais e uma trilha sonora no capricho) e faz isso sem economizar no banho de sangue. Um filme que cumpre bem os principais requisitos para se encaixar na categoria “filme de bichão faminto” e que certamente vai ser um prato cheio para ver na telona!

Critica do filme Rambo: Até o Fim | Toque de Silêncio

Inspirado no romance "First Blood", de 1972, escrito por David Morrell, Rambo: Programado para Matar se transformou em um dos filmes mais icônicos da carreira de Sylvester Stallone. Na pele do ex-soldado boina verde da Guerra do Vietnã, John Rambo, o ator cravou seu lugar no hall da fama de brucutus do cinema.

Agora, em sua quinta entrada, Rambo: Até o Fim surge como um canto do cisne, para os nostalgistas de ação oitentista, e para o próprio Stallone que resiste deixar de lado esta faceta da sua carreira. Como fã da franquia e do Stallone digo que este é um dos filmes mais desnecessários da sua carreira, fazendo um desserviço ao personagem e ao trabalho do ator/roteirista que se debate para encontrar o seu novo lugar no cinema atual. Entre muitos erros e algumas boas cenas de ação, Rambo: Até o Fim não encontra equilíbrio na sua história e na ação, perdendo a oportunidade de garantir um final digno a saga de John Rambo.

Programado para matar

A história de Rambo sempre foi marcada pela forma como o soldado, que lutou pela liberdade longe de cada, nunca a encontrou dentro de seu próprio lar, ou de si. Desde o início do filme — em um prólogo totalmente dispensável — fica claro a tentativa de humanizar o personagem, apesar da sua inata habilidade de matar e impor dor aos seus adversários.

Dessa vez encontramos um pacato John Rambo tentando conciliar uma vida pacífica, no rancho da família, com as várias cicatrizes físicas e emocionais do seu passado sangrento. O relacionamento do veterano com Maria e Gabrielle parece genuíno o suficiente para mover a trama, mas não é devidamente desenvolvido pelo roteiro, que não explora o cenário mais interessante dessa dinâmica, aquele no qual a família oferece suporte ao portador de transtorno de estresse pós-traumático.

Como era de se esperar, a paz do rancho logo é quebrada quando Gabrielle vai para o México em busca de seu pai — que abandonou a família quando a garota ainda era criança. Do outro lado da fronteira, na terra sem lei recheada de hombres ruins como alardeia Donald Trump, a menina acaba caindo nas mãos dos irmãos Martinez, líderes de um cartel envolvido no tráfico de mulheres.

Cabe a Rambo se embrenhar na selva de pedra dos cortiços mexicanos em busca de Gabrielle e logo e descobre que por aquelas bandas, as coisas são bem diferentes do que no sudeste asiático. Mais coisas dão errado, a ótima Paz Vega desponta em um papel inútil, as coisas pioram de vez e chegamos ao terceiro ato que concentra basicamente toda a ação e violência do filme. Um final morno e pouco inspirado fecha a película deixando a franquia com um retrogosto meio amargo.

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Perdido em ação

Possivelmente um dos títulos mais contidos da série, Rambo: Até o Fim, tenta dar um fim digno ao personagem, mas comete muitos erros ao longo de todo o filme. A verdade é que a quarta edição já havia dado um fim honrado a franquia e aqui já começamos errado, partindo o princípio que a volta para casa não era o suficiente para o soldado cansado de guerra.
A introdução do componente familiar, Maria e Gabrielle, poderia ser muito interessante, mas o seu desenvolvimento é mais um erro. Mal trabalhado, o drama familiar acaba quebrando o ritmo do filme, que se divide em um dramalhão mexicano (literalmente no caso) e pura pancadaria.

Apesar de facilmente desprezado como uma mera série de filmes de ação, a história original de Rambo foi capaz de camuflar alegorias antibélicas dentro da sua narrativa. As contradições da Guerra do Vietnã são expostas nas duas primeiras iterações da franquia, enquanto a terceira parte aborda a resistência talibã da Guerra Afegã-Soviética — bem como os pretextos anticomunistas estadunidenses da Guerra Fria. O quarto, e mais violento filme da série, ainda consegue trazer um pouco de luz (mesmo que apenas como pretexto para que Rambo saia do seu autoexílio) à crise humanitária provocada pelos conflitos no Mianmar/Birmânia. No entanto, desta vez não há nada realmente inteligênte para ser dito e tudo se resume a uma boa e velha história de vingança bruta.

Enquanto o roteiro de Matthew Cirulnick e do próprio Sylvester Stallone é pouco inspirado, a direção de Adrian Grunberg é inconsistente. O diretor até trabalha bem nas sequências de ação, mas não tem o menor tato para os momentos mais calmos do filme, contribuindo assim para falta de ritmo do filme, que só ganha momento no final, quando estoura a pancadaria — e aqui fica os parabéns para Grunberg que realmente entrega momentos interessantes, pena que o mesmo não se estenda para o resto da película.

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Honras Fúnebres

Sem as devidas honras fúnebres, próprias de um enterro militar, Rambo: Até o Fim termina uma saga que, assim como seu ator principal, parece presa a uma época que ficou para trás. Diferente do que fez em Creed, Stallone tenta moldar o mundo ao seu redor em vez de se simplesmente entender que seu papel agora é outro. Se em Creed o ator veterano entende que seu personagem já não é mais a estrela, mas um coadjuvante de marca maior, em Rambo ele tenta recuperar o holofote, algo que apenas joga luz as suas limitações.

Acredito que ainda havia material para novas edições da franquia. Seguindo a ideia de Creed, poderíamos ter visto Rambo como um mentor — replicando o papel do Cel. Trautman forjando uma nova legião de heróis. Se alvo é apenas a nostalgia por que não apresentar as origens do personagem, uma espécie de prologo mostrando o treinamento de Rambo e sua incursão no Vietnã.

É hora de deixar, o fiel, soldado ferido morrer. Rambo: Até o Fim não é o melhor fim para a saga, mas deve encerrar a jornada do veterano.

Mas da maneira que Rambo: Até o Fim trata o personagem é melhor deixar ele de lado e dar um merecido descanço ao soldado. Rambo IV já fez um trabalho digno colocando um ponto final na saga, apesar do roteiro mínimo e excesso de violência. Todavia, com Rambo: Até o Fim esse ponto é transformado em vírgula em uma sentença desconexa que não acrescenta em nada a elegia do herói.

Os fãs mais ardorosos certamente apreciarão o retorno do personagem, mesmo que em uma película tão medíocre. Dito isso, fica o alerta, pois praticamente toda a ação é restrita aos 30 minutos finais do filme, enqaunto o resto tenta equilibrar um dramalhão familiar no meio de um amontoado de estereótipos reacionários.

Crítica do filme Hebe Camargo – A Estrela do Brasil | Contra a censura!

Uma das mais famosas ex-apresentadoras do SBT, foi com certeza, Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani, que faleceu aos 83 anos, em 2012. Chegando aos cinemas nesse período politicamente sombrio em que vivemos, ”Hebe Camargo – A Estrela do Brasil” não é apenas mais uma biografia que conta a história de superação de uma brasileira.

O longa aborda um viés diferente, limitando-se a citar a infância da apresentadora em apenas uma frase, justificando sua predileção por aqueles que estavam passando dificuldade no Brasil dos anos 80. Aliás, muitas cenas pontuais servem apenas para detalhar algum aspecto da personalidade de Hebe, sendo pouco relevantes no contexto geral do filme. A regra de “mostre, não conte” é levada a risca, o que torna o ritmo do longa desgastante.

Dirigido por Maurício Farias e com roteiro de Carolina Kotscho,  “Hebe Camargo – A Estrela do Brasil” mostra a transição da ditadura para a democracia na década de 1980, com um recorte da vida da apresentadora durante seus programas nas emissoras Band e SBT.

Gracinha

Sem receios, o filme já começa num tom desafiador aos censores da ditadura, mostrando que Hebe não se acovardou e sempre falou o que pensava, mesmo sendo ameaçada constantemente. A famosa frase que está presente até mesmo no trailer “A Hebe não é de direita, a Hebe não é de esquerda. A Hebe é direta” resume totalmente o longa.

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Outro aspecto bastante valorizado é a Hebe que lutava a favor das minorias, defendendo ativamente os direitos e o respeito a comunidade LGBT, exigindo a participação de travestis e da icônica participação da modelo transexual Roberta Close, interpretada pela atriz (também trans) Renata Bastos.

O afeto que Hebe tem com seu amigo e cabeleireiro Carlucho (Ivo Müller), uma vítima da AIDS em um período em que a desinformação era predominante, também é abordado de forma pontual. A impressão é que o roteiro foi construído com diversos retalhos da vida de Hebe para que o espectador construa uma colcha da forma que preferir.

A Grande Família

Talvez as cenas da vida particular de Hebe sejam as que chamem mais atenção do público. A responsável por interpretar Hebe é Andrea Beltrão, e não é exagero dizer que ela encarna de corpo e alma o papel. Longe dos holofotes, Hebe sofria com as agressões, ciúme desproporcional e machismo de seu segundo marido, Lélio Ravagnani (Marco Ricco). Justificando suas atitudes com “eu faço isso porque te amo e não sei viver sem você”, adiciona o homem abusivo no bingo de coisas atuais que o filme busca retratar.

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Sua relação com o filho e o sobrinho também são abordadas. Seu amor por Marcelo (Caio Horowicz) é palpável, filho único fruto da relação com o primeiro marido, Décio Capuano (Gabriel Braga Nunes), apenas mais um pai ausente. E o sobrinho Claudio Pessutti (Danton Mello), sempre incentivando a tia Hebe a não se rebaixar e sonhar alto.

Outro aspecto pouco conhecido pelo público é o quanto Hebe bebia. Em quase todas as cenas fora do programa ela está bebendo ou pedindo uma bebida, inclusive sofrendo consequências como perda de memória devido a embriaguez.

Vale ressaltar que Andrea Beltrão fez um excelente trabalho ao personificar Hebe, emprestando seu talento para apresentar uma pessoa, sem tentar imitar seus trejeitos. Sempre extravagante, extrovertida e muito animada, sua caracterização é um dos pontos altos do longa. Inevitável notar o patrocínio das jóias Vivara, necessárias para retratar a riqueza de Hebe com fidelidade.

A gente volta já, já

Longe de ser um filme perfeito, seu discurso e temas pontuais são o que tornam “Hebe Camargo – A Estrela do Brasil” relevante nos dias de hoje. O espectador é transportado a um tempo passado, talvez tão bem reconstruído e interpretado que se sobrepõem ao momento atual.

Entretanto, o ritmo é lento, sem um desenvolvimento digno da personalidade e personagem retratada.  Sobretudo no segundo ato, lembra mais um seriado do que um longa, que por sinal acontecerá em Janeiro de 2020, na Globo, como um desdobramento desse filme.

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De qualquer maneira, vale a pena conferir a história de uma mulher que teve coragem de fazer seu trabalho da forma que quis, derrubando diversas barreiras e tornando-se uma personalidade que será sempre lembrada com carinho por todos os telespectadores que acompanharam seus programas.

Critica do filme Midsommar - O Mal Não Espera a Noite | Antropologia do medo

Ari Aster é sem sombra de dúvida um dos grandes nomes do cinema de terror contemporâneo. Seguindo a sua estreia avassaladora, o diretor de Hereditário entrega uma produção que solidifica seu talento e consolida seu estilo de direção e escrita. Em Midsommar – O Mal Não Espera a Noite o diretor desenvolve a mesma angustia presente em sua primeira obra, evocando terror mais com a história do que com sustos baratos.

Fugindo da obviedade, Aster constrói um filme competente que beira a etnoficção. Com uma câmera que se introduz no meio, sem fazer parte dele, o diretor apresenta antropologia visual com uma espécie de docuficção etnográfica escandinava. Com a mesma habilidade singular evidenciada em Hereditário, Ari Aster subverte os clichês do gênero e as expectativas do público, criando um filme difícil de classificar.

Midsommar – O Mal Não Espera a Noite exige um olhar crítico do espectador, algo difícil de encontrar na maioria dos filmes de terror, forçando interpretações que vão além das próprias imagens e diálogos apresentados, mas que explorem contextos socioantropológicos. Assim como Robert Eggers (A Bruxa), Jordan Peele (Corra), ou Ben Wheatley (Turistas), Ari Aster busca o desenvolvimento de um terror substancioso, que sacie o espectador por mais tempo do que alguns minutos, permanecendo com você para além da sessão.

Fãs do gênero vão apreciar as releituras propostas por Aster, enquanto os nãos iniciados ficaram investidos na construção do ambiente extremamente imersivo. Midsommar – O Mal Não Espera a Noite é sem sombra de dúvida um dos melhores do ano. Com uma história envolvente, um elenco excelente (destaque para Florence Pugh) e uma direção formidável, o filme reescreve o tradicional terror folclórico do passado de maneira artística e palatável para a geração contemporânea.

Festa junina

Dani (Florence Pugh) acaba de vivenciar uma terrível tragédia familiar e além de todo o trauma a garota ainda tenta manter vivo o relacionamento com seu namorado Christian (Jack Reynor). Em meio ao caos da vida de Dani, o casal é convidado pelos amigos de Christian para irem até a Suécia, e participarem das festividades do solstício de verão. Mas em vez de pular fogueiras e dançar quadrilha, as festas são muito mais próximas das celebrações pagãs que comemoram a chegada da nova estação.

Um dos artifícios mais inteligentes de Ari Aster ao longo de toda a narrativa de Midsommar é que ele não esconde nada do espectador, sabemos desde o início da película que nada está bem e que tudo vai piorar. Pouco a pouco o diretor introduz elementos que sugerem o que está para acontecer e mesmo assim seguimos a jornada totalmente investidos na história.

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Além disso, o diretor brinca com luz, cor e sons para mostrar que o medo não precisa se apoiar em nenhum desses elementos. Na terra do sol da meia-noite não há momentos de escuridão total, assim, o suposto mal acontece sob um céu ensolarado totalmente diferente do que se espera de um filme de terror sombrio.

Com um estilo que parece ter sido destilado diretamente do mestre Stanley Kubrick, Aster guia a câmera de maneira fluida e explora a ótima fotografia Pawel Pogorzelski para deixar claro que cada enquadramento é relevante para a história em si. Aster parece ter encontrado uma linguagem capaz de traduzir o terror tradicional para novas audiências.

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Inferno são os outros

Se Ari Aster merece ser celebrado pelo seu trabalho atrás das câmeras, o elenco principal de Midsommar também deve partilhar desses elogios. Will Poulter, Jack Reynor, William Jackson Harper e Vilhelm Blomgren tem seu momento de brilho na tela, mas sem sombra de dúvida é Florence Pugh a verdadeira estrelada película.

William Jackson Harper, mais famoso como Chidi Angonye da série The Good Place, está muito confortável na pele de um antropólogo imerso dentro do seu objeto de estudo. O mesmo acontece com o novato, Vilhelm Blomgren, que vive Pelle um dos anfitriões das festividades.

Enquanto isso, Florence Pugh entrega os momentos mais dramaticamente carregados do filme. Com uma grande presença ao longo da história Florence oferece um desempenho forte e imponente que a faz se destacar na tela sempre que está em cena.

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Quem vê de fora fala, quem tá por dentro vive...

Midsommar trabalha diferentes temas em diferentes níveis. A percepção de quem está de fora é diferente daquela de quem está inserido no meio. Ari Aster faz um ótimo trabalho navegando por esses assuntos sem abordalos diretamente. O proprio relacionamento de Dani e Christian — apresentado como problemático desde a primeira cena — é abordado de dois angulos diferentes, seja pela percepção de Dani e sua amiga ou por Christian e seus colegas. O diretor e roteirista do filme trabalha o tempo todo para que o espectar exercite a sua capacidade de ver os dois lados, seja em uma briga de casal ou na ritos culturais de um determinado grupo.

Apesar de realmente impressionante, nem tudo é acerto em Midsommar. O terceiro ato apesar de catárdico esconde alguns atropelos. A ideia original de Midsommar era a de ser um "slasher" com a pegada Ari Aster, e para todos os efeitos ele realmente executa essa tarefa com um releitura incrível do subgênero.

O absurdo de um é o costume do outro. Expor nossas diferenças e similaridades é o que faz Midsommar chocar tanto!

Aster esconde o seu slasher dentro de um terror folclórico (o folk horror à lá O Homem de Palha) e desenvolve a sua história de maneira muito inteligênte com algumas mortes sanguinolentas e até mesmo uma "final girl", mas tudo isso vem ao custo de algumas situações pouco plausíveis, que desconsideram muito do desenvolvimento dos personagens, que se veem agindo de maneira "idiota" apenas para se encaixar no tropo.

Mesmo assim, nada disso atrapalha a apreciação do filme. Midsommar reve elementos tradicionais do terror e apresenta a festa junina mais angustiante já vista — não se iluda amiguinho, tudo o que acontece em Midsommar é uma festa junina pré-cristã, com direito a fogueira, mastro de São João, simpatia para casar e roupa de caipira.

Crítica do filme IT 2 | Um Espetáculo de Terror!

Adaptações de livros para filmes são complicadas, mas muitos dos projetos baseados nas obras de Stephen King já mostraram que há como obter sucesso sem cair em clichês  — e isso vale até mesmo para remakes de um mesmo conto. A prova máxima são as duas versões de “IT - A Coisa”, que já teve versão para televisão e ganhou, mais recentemente, uma segunda chance através de uma superprodução para as telonas, a qual agradou gregos (os críticos) e troianos (o público em geral).

Nem parece, mas faz dois anos que tivemos o prazer de conhecer este novo olhar de IT, algo proporcionado tanto pela visão de novos profissionais quanto pelos efeitos visuais atuais que permitem transcender a simplicidade da versão antiga — o que na época tinha que ser compensado muito pela atuação. Bom, desde o fatídico dia da estreia da nova versão, nós já sabíamos que era só uma questão de tempo até a segunda parte da história ganhar forma e, de fato, chegar às telonas para apreciarmos.

Pois bem, o dia chegou, mas, com razão, muitos fãs podem ter dúvidas se a “IT: Capítulo 2” consegue dar continuidade de forma coerente ao antecessor, ousa em apresentar novidades — ainda mais no comparativo com “IT - Uma Obra do Medo” —, agrega mais ao universo cinematográfico de Pennywise e, por fim, consegue evitar os clichês e seguir numa linha de ineditismo. As perguntas são muitas e nem todas as respostas podem ser dadas, mas vou ser o mais sincero e abrangente sobre todos os tópicos.

Para quem caiu de paraquedas aqui e não sabia da existência desta segunda parte, vamos a uma breve sinopse. Depois de 27 anos dos acontecimentos de “IT - A Coisa”, o Clube dos Otários retorna a Derry, à pedido de Mike Hanlon, para destruir de uma vez por todas a criatura Pennywise, que está fazendo novas vítimas na cidade. Traumatizados pelas experiências do passado e também pelos rumos de suas vidas, eles devem dominar seus medos mais profundos e enfrentar o palhaço, que está ainda mais perigoso.

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Respondendo as dúvidas de quem quer evitar todo e qualquer detalhamento sobre o filme (ainda que não tenha spoilers por aqui), eu acho que vale já mencionar logo de cara que “IT 2” consegue entregar a qualidade de terror e uma trama com minúcias que todos esperávamos. Temos aqui um filme que segue uma trilha similar à de “IT - Uma Obra do Medo” (no sentido de ter atos muito similares), mas que inova por ir além e fazer bonito num final que realmente fecha com chave de ouro.

Reinventando o Terror

Ok, já sabemos que Pennywise é escabroso e que ele tem seus meios para aterrorizar suas vítimas, porém no primeiro filme nós estávamos lidando com protagonistas em uma fase bem inocente, o que facilitava bastante as coisas para o script. Já em “IT: Capítulo Dois”, o roteirista Gary Dauberman tem a difícil tarefa de lidar com personagens maduros (que já podem estar mais preparados para lidar com situações de medo) e de ainda — se não superar em questões de desenvolvimento —, ao menos, inovar no desenrolar da trama, já que estamos falando de um remake.

Outro desafio era a questão da atualização em “IT: Capítulo 2”. Enquanto o longa-metragem de 1990 não precisava lidar com tecnologias, esta nova versão tem a missão de manter a tensão ao mesmo tempo em que dribla alguns mecanismos inovadores. E é algo natural da plateia indagar porque os personagens não usam celulares, não chamam a polícia, não usam armas ou não apelam para outros tantos recursos que podem facilitar o combate ao vilão.

A dúvida que fica é: afinal, o que é necessário para criar um remake? Apenas refazer de uma forma levemente diferente é suficiente? Alongar uma história já muito detalhada pode criar essa sensação de satisfação para um público exigente? Bom, a aposta de Dauberman é sim espichar ao máximo o conto, mas ele não faz isso sem propósito. Assim, se você ainda não tinha visto na ficha do filme, saber que o filme tem quase três horas de duração pode ser um choque, porém tudo passa muito rápido e o filme é recompensador!

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Bom, justamente por mostrar os integrantes do Clube dos Otários num futuro distante, há muito o que contar, ainda mais que eles estão em situações totalmente diferentes. Toda a parte de reunião dos personagens leva um certo tempo, mas o texto de Dauberman faz isso de forma inteligente, ao mesclar cenas dos protagonistas e situações da cidade de Derry. Isso ajuda a reconstruir a memória dos protagonistas (ainda mais para quem viu o filme há dois anos) e vai ampliando a sensação de horror ao trazer cenas inventivas com Pennywise.

É nessa mescla de diferentes personagens, ocasiões e também tempos que o “IT 2” cria uma composição muito inteligente. Aos poucos, nossos protagonistas são devidamente reapresentados e aí temos uma brilhante solução de aproveitar cenas inéditas do passado para criar uma história ainda mais rica em detalhes — o que é simplesmente maravilhoso para os fãs da obra. Então, eis aqui o primeiro ponto importante para você que ainda não viu: esteja preparado para um verdadeiro LONGA-metragem e ainda mais preparado para uma overdose de terror.

O Circo dos Horrores ganha uma nova dimensão

O desenrolar dos fatos era provavelmente o aspecto mais importante para este novo capítulo conquistar o público, contudo é evidente que uma direção impecável e um elenco competente fossem o suporte para essa história ganhar vida com ousadia. Bom, o diretor Andy Muschietti retorna aqui e faz um trabalho caprichado, que puxa várias ideias que já vimos na primeira parte — uma vez que temos alguns cenários repetidos —, porém que se apresenta ainda mais ousado em algumas sequências.

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Alguns teasers que a Warner liberou previamente já dão algumas pistas, em que vemos Pennywise atuando mais, assustando em situações críticas e se escondendo nos lugares improváveis. É justamente por essas novas ideias que “IT: Capítulo Dois” supera seu antecessor e este se mostra um trunfo importantíssimo para convencer a plateia, afinal temos o mesmo vilão, então ele precisava ser mais imponente para nos impressionar e causar impacto em suas vítimas.

A trupe em sua nova composição tem nomes como James McAvoy, Jessica Chastain, Isaiah Mustafa, Bill Hader, James Ransone, Jay Ryan e Andy Bean. Alguns desses já são bem conhecidos do público e é evidente que um dos destaques fica para McAvoy que interpreta Bill Denbrough (que já era o principal no primeiro filme). A escolha do ator para o papel foi bem ponderada, uma vez que ele usa de toda sua versatilidade — que já vimos em “Fragmentado” — para dar vida ao personagem que retorna com seus momentos de medo e de reflexão sobre tudo que aconteceu.

É válido puxar outro tópico aqui: a diversidade dos personagens. Isso é muito bem introduzido por vários deles, mas é Beverly Marsh, revivida por Jessica Chastain, que nos faz ter uma dimensão do qual trágico é o circo da vida. O roteiro de “IT: Capítulo Dois” traz questões atuais sobre a única personagem feminina, incluindo as dificuldades de sua vida pessoal antes de chegar em Derry, bem como sua importância na trama por ter muita relevância no primeiro título. A atriz é uma das que mais tem tempo em tela, mas isso não é problema algum para Chastain, que é versátil em todos os seus diálogos. Ok, alguns clichês, mas todos muito justificados.

Os demais atores também têm seus respectivos méritos e o filme faz questão de separar um bom tanto de cenas para cada um, motivo pelo qual o filme ficou tão longo. Felizmente, todos esses pequenos trechos somados não apenas trazem o que já havíamos visto em “IT - Uma Obra do Medo”, mas são aproveitados para mostrar muita coisa nova, incluindo novas áreas da cidade e algumas explicações bem interessantes que enriquecem a mitologia de Pennywise.

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Por fim e talvez algo ainda mais importante do que tudo que já foi mencionado, vale enaltecer a performance insana de Bill Skarsgård. Se no primeiro capítulo tínhamos um palhaço mais tímido (também por conta do script), agora temos inúmeras cenas em que o personagem é muito bem desenvolvido, o que resulta em mais tempo de tela para o ator. Sim, as cenas com computação gráfica ainda predominam, mas há uma participação muito maior do ator, que capricha em seus olhares sinistros e até mesmo na interpretação ímpar, que nos deixa cara a cara com o palhaço em seu estado mais íntimo e terrível.

É claro, o resultado amedrontador de “IT 2” se dá pela somatório de todos esses aspectos, mas se amplia pela adição de uma fotografia genial e ainda a maestria de uma trilha sonora que mescla nostalgia, horror e cantorias desgraçadamente bizarras. E, no fim, a gente tem não apenas uma ótima continuação e desfeche para “IT - A Coisa”, como também um longa-metragem que pode ser considerado — se não o melhor — um dos melhores títulos de terror do ano! Uma experiência incrível no cinema e para marcar época!

Crítica do filme A Rebelião | Não perca seu tempo

Ultimamente, quando a gente fala em “conteúdos originais” dos serviços de streaming — seja da Netflix ou da Amazon Prime Video —, pintam inúmeras dúvidas que nos deixam pensando se vale ou não investir nosso tempo em uma aventura que pode ser incrível ou apenas mais do mesmo (isso sem falar quando a gente passa raiva mesmo com uma produção feita na base do ódio).

O ponto é que, muitas vezes, várias desses materiais exclusivos nem são de estúdios próprios dessas empresas, mas apenas títulos produzidos por terceiros, que a Netflix ou a Amazon se aproveitam dos direitos baratos para inflar seus catálogos. Assim, muitas vezes precisamos do apoio do trailer ou mesmo de um elenco de peso para nos convencer de que vamos ver algo que vale a pena.

No caso de “A Rebelião”, temos um pacote completo: filme sobre invasão alienígena, título exclusivo da Prime Video, produzido por empresas conhecidas, um diretor famoso (Rupert Wyatt, de “Planeta dos Macacos: A Origem”) e um elenco que inclui nomes como John Goodman, Vera Farmiga e Ashton Sanders. Com tudo isso, não tem como dar errado, certo? Errado!

O ponto principal para “A Rebelião” ter saído bem às avessas foi o roteiro totalmente desleixado e confuso. Aqui, acompanhamos a história em um bairro de Chicago, quase uma década após uma invasão alienígena no planeta Terra, vendo como as coisas funcionam nos dois lados do conflito: o dos colaboradores (que são amigos dos aliens, principalmente a polícia e os políticos) e o dos dissidentes (com toda a população pobre).

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Ok, a coisa já começa confusa com essa sinopse, mas pode ter certeza que degringola ainda mais no andar da espaçonave. Para não ser injusto, os primeiros minutos da película — que precedem o título e os créditos iniciais — são até bem interessantes, já mostrando um pouco dos seres extraterrestres. Só que as coisas boas param aqui. O restante do filme é uma esculhambação sem limites.

Aliens poderosos, mas preguiçosos

Bom, a pauta dos aliens dominando o planeta Terra não é nova e já se provou complexa o suficiente para desenrolar histórias sobre apartheid e o conflito entre raças bem distintas da humana ¬– temos aí “Distrito 9” que não me deixa mentir. Todavia, tal qual qualquer tema, é preciso um roteiro capaz de criar subtópicos que nos prendam a atenção, seja por aspectos fictícios da própria história ou pela empatia que podemos criar pelos personagens.

Acontece que o script de “A Rebelião” não faz questão de detalhar absolutamente nada. O filme joga a invasão na tela num começo bem empolgante, mas, depois, simplesmente não temos continuidade dos fatos, de modo que as poucas informações são dadas num clipe bem desconexo do restante, o qual está ali simplesmente para passar os créditos iniciais (esses que, por sinal, tomam vários minutos de tela).

O restante do filme esconde bastante os aliens, isso porque, aparentemente, os invasores já cansaram de dominar o planeta Terra e fazer o trabalho pesado, tanto que agora eles têm amiguinhos no governo para “manter a paz” por aqui — seja lá o que isso quer dizer. Assim, o filme deixa o espectador totalmente perdido sobre como funciona essa comunicação, tampouco faz questão de detalhar o porquê de excluir algumas pessoas.

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Quer dizer, o motivo para exclusão social é bastante óbvio, mas ainda sim um roteiro digno de tamanho elenco deveria se pronunciar para conversar com a plateia e revelar os pormenores da história. Não, ao contrário disso, temos protagonistas que precisam soltar suas falas, ainda que não tenhamos um histórico para os diálogos ou mesmo para suas motivações dentro da trama. Sério, uma bagunça total, que exige muita concentração e suposições.

Aos poucos até conseguimos pescar algumas coisas, mas há tantos personagens e diversos acontecimentos, que fica complicado conectar os nomes e entender pra onde a história vai. No decorrer do script, até temos alguns eventuais momentos de tensão, mas a falta de ligação a um contexto maior faz com que nada importe, até chegar ao fatídico fim em que a gente só perdeu duas horas de vida num filme sem propósito – e a rebelião do título nem fez sentido.

O desleixo bateu forte!

Bom, ok, o roteiro é desastroso, mas a minha principal dúvida é: por que levar as coisas no relaxo também na hora de pensar a parte de produção do filme? Talvez por uma questão econômica, os produtores optaram por ocultar os alienígenas o máximo de tempo possível, de forma que as poucas aparições não conseguem salvar o restante da película que se torna bem cansativa.

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O design dos inimigos é bastante interessante, mas conceder às criaturas o poder de invisibilidade chegar a beirar o ridículo, pois isso aparenta muito ser apenas um recurso para não precisar de muitos efeitos visuais. Assim, muita da tensão se dá pela trilha sonora, que se completa quando as criaturas aparecem de fato, porém é inegável que a gente fica esperando muito mais de um filme que claramente quer focar na invasão dos extraterrestres.

A produção demonstra um mínimo empenho nos cenários, que lembram qualquer ambiente de guerra e apocalipse, mas isso se deve em parte por termos protagonistas da periferia. Apesar desse acerto, o filme erra feio nos veículos dos aliens, que são simplesmente ridículos para um título lançado em 2019. Não é possível que eles tenham optado por uma opção tão simples, ainda mais com tantas referências de outros filmes do gênero.

Talvez a ideia dos roteiristas até fosse boa, mas eles não souberam se expressar. No fim, o “A Rebelião” desperdiça potencial de grandes atores (como John Goodman e Vera Farmiga, que se esforçam inutilmente) e não vai a lugar algum. Talvez, a única conclusão interessante seja a percepção da ambição humana, que, mesmo num cenário desse tipo, continua prevalecendo sobre a compaixão. No mais, “A Rebelião” não vale o seu tempo!